O dinamismo "que impulsionou o Brasil para o cenário internacional nos últimos anos chocou-se contra duras realidades econômicas", segundo reportagem desta sexta-feira (14/11) do jornal americano "Washington Post".
A desintegração financeira que começou nos Estados Unidos "derrubou o mercado de ações, abateu os preços de commodities, enfraqueceu a moeda local e reduziu o crédito, levando a uma suspensão de projetos de grande escala privados e públicos na 10ª maior economia do mundo", de acordo com o jornal.
Apesar das perspectivas sombrias, o "Washington Post" explica que "os US$ 200 bilhões que o Brasil acumulou em reservas em moeda estrangeira, aliados a políticas econômicas prudentes, fazem com que o país esteja melhor preparado do que muitas economias emergentes para resistir à tormenta financeira".
O jornal indica que isso deu cacife político ao Brasil. O artigo diz que, na opinião de analistas americanos, a credibilidade econômica que o Brasil conquistou "vai tornar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais ousado quando ele se juntar ao presidente [George W.] Bush e a outros líderes mundiais em Washington neste fim-de-semana para discutir soluções para a crise".
"Os brasileiros reagiram ao novo prognóstico econômico com um misto de desespero e irritação, principalmente porque a crise que os está afetando teve origem em instituições financeiras dos Estados Unidos", de acordo com o "Washington Post".
"Com suas credenciais econômicas rendendo-lhe elogios de empresários, Lula está em posição de repreender os americanos por não terem realizado reformas que poderiam ter impedido a crise", afirmou o jornal.