Uma recessão profunda na economia dos Estados Unidos é inevitável e não se pode descartar a possibilidade de uma longa depressão, afirmou hoje o economista George Soros. No Comitê de Supervisão e Reforma do Governo dos Estados Unidos na Câmara de Representantes, Soros disse que "os fundos de alto risco foram uma parte integral da bolha financeira dos mercados que estourou".
A atual crise financeira, que começou com o desmoronamento dos preços das propriedades imobiliárias e pela falta de pagamento de hipotecas de alto risco ("subprime"), "dizimou esses fundos e os forçou a reduzir suas carteiras de 50% a 75%", acrescentou.
O economista preside o Soros Management Fund e fez fortuna com a especulação das divisas.
Ele afirmou hoje que o Departamento do Tesouro, o Fed (Federal Reserve, banco central americano) e a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, em inglês) devem "aceitar sua responsabilidade de impedir que as borbulhas dos mercados se inflem muito no futuro".
Por sua parte, Philip Falcone, diretor-gerente do Harbinger Capital Partners em Nova York, sustentou que o Congresso deve supervisionar a indústria dos fundos de alto risco, um negócio que movimenta US$ 1,7 trilhão, e deve exigir mais informação sobre os investimentos.
Soros aconselhou que "não sejam impostas regulamentações equivocadas", porque os fundos já foram afetados por suas perdas no mercado e pela fuga dos clientes.
Algo parecido disse Kenneth Griffin, fundador da Citadel Investment Group, que ressaltou que não há necessidade de "uma maior regulamentação dos fundos de alto risco".