O mercado de câmbio negociou o dólar comercial a R$ 2,368 para venda, em forte alta de 3,40% sobre a cotação de ontem. O Banco Central interferiu agressivamente, com dois leilões de venda de moeda: o primeiro às 15h e outro às 16h, quando as operações começam já rareiam. Hora antes, a autoridade monetária havia feito outras duas operações previstas desde ontem: um leilão de linhas para exportação e outro de contratos de "swap" cambial.
No primeiro leilão do dia, o BC ofereceu recursos com o compromisso dos bancos usarem a moeda para financiamento de comércio exterior. Os bancos tomaram US$ 1,3 bilhão, de uma oferta de US$ 2 bilhões. A autoridade monetária também ofereceu 10 mil contratos de "swap" cambial, que foi aceita integralmente pelos agentes financeiros.
Perto do encerramento das operações, o BC vendeu dólares por R$ 2,3220 (taxa de corte), sem informar o volume negociado. Uma hora depois, a autoridade monetária voltou a vender moeda, desta vez à taxa de R$ 2,3750.
"O mercado continua tendo uma saída forte de recursos. Acredito que muitos grandes fundos ("hedge funds") estão sofrendo muitos saques lá fora e precisam fazer caixa rapidamente. Por isso, vendem ações por aqui, ganham um pouco na taxa de câmbio e já saem do país", sintetiza Reginaldo Galhardo, diretor de câmbio da corretora Treviso.
O profissional da corretora também lembra que o mercado de câmbio está "realmente estreito", o que influencia na formação dos preços da moeda, ao sabor das operações de poucos agentes financeiros. "Não podemos descartar que o movimento especulativo está muito forte. O dólar futuro caiu 1,40% em menos de um hora. O que aconteceu nos últimos 40 minutos para ter uma mudança tão drástica? Nada", acrescenta ele.