O volume de desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) totalizou R$ 71,5 bilhões de janeiro a outubro, segundo balanço do desempenho divulgado nesta quinta-feira. Nos últimos 12 meses encerrados em outubro, foram liberados R$ 86,6 bilhões, recorde histórico.
O presidente do banco, Luciano Coutinho, projetou que os desembolsos, ao final de 2008, ficarão próximos dos R$ 90 bilhões. A projeção inicial do BNDES era de que seriam liberados R$ 80 bilhões ao longo do ano.
"Se o ritmo de desembolsos se mantiver perto dos R$ 10 bilhões por mês, chegaremos ao final do ano em torno dos R$ 90 bilhões", afirmou.
Coutinho destacou que os efeitos da crise ainda não foram sentidos no ritmo de consultas que as empresas fizeram em outubro. Segundo ele, o "apetite" do setor privado está mantido, de acordo com os dados do banco. Entre agosto e outubro, as consultas aos bancos cresceram 40% em relação a igual período anterior.
"As consultas em outubro foram muito firmes e não houve sinal de esmorecimento das aprovações. Diante do cenário de crédito em dificuldade no mundo todo, o patamar de consultas foi muito alto", observou Coutinho.
Nos últimos 12 meses, os projetos consultados junto ao banco totalizam R$ 175,6 bilhões.
O setor industrial acumulou desembolsos de R$ 28,9 bilhões de janeiro a outubro, incremento de 39,3% frente ao constatado em período correspondente em 2007. As liberações para infra-estruitura somaram R$ 28,3 bilhões, aumento de 50,2% em relação ao verificado entre janeiro e outubro de 2007. O setor de serviços registrou desembolsos de R$ 8,6 bilhões, crescimento de 41%; e os desembolsos para a agropecuária ficaram em R$ 4,3 bilhões, 9,2% a mais do que em igual período no ano passado.
Nos últimos 12 meses encerrados em outubro, os projetos de infra-estrutura consumiram R$ 35 bilhões dos R$ 86,6 bilhões liberados, crescimento de 47,1% sobre igual período imediatamente anterior. A indústria acumulou desembolsos de R$ 34,5 bilhões no período, incremento de 16,1%; o setor de serviços recebeu R$ 10,3 bilhões em empréstimos, alta de 30,1%; e a agropecuária teve desembolsos de 5,3 bilhões nos últimos 12 meses, aumento de 11%.