Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas da Ásia fecham em queda; China sobe 3,6% com dados comerciais

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As Bolsas da Ásia fecharam em queda nesta quinta-feira (13/11) seguindo a preocupação com a economia dos Estados Unidos. Destoando do continente, a China obteve ganhos hoje com a divulgação de bons dados sobre o superávit comercial nos primeiros dez meses de 2008. O superávit comercial do país foi de US$ 215,99 bilhões entre janeiro e outubro deste ano. Mesmo com queda de 4,6 pontos percentuais, as exportações chinesas chegaram a US$ 1,2 trilhão, um aumento de 21,9% em relação ao mesmo período de 2007. O resultado animou os investidores da Bolsa de Xangai, que subiu 3,68% - a única alta na região Ásia-Pacífico hoje. A Bolsa de Tóquio (Japão) fechou com queda de 5,25%; a Austrália afundou 5,44%; na Coréia do Sul, a baixa foi de 3,15%. Perto do fim do pregão, o mercado de Hong Kong retraía 5,80%. As quedas no continente foram puxadas pelas perdas nos Estados Unidos e na Europa. Mercados Entre os principais motivos de temor dos investidores estão as notícias do desemprego histórico no Reino Unido e da indústria automobilística americana à beira da falência. O governo britânico divulgou ontem que o contingente de desempregados atingiu a marca histórica de 1,825 milhão de pessoas até setembro. Com a alta, a taxa de desemprego da medida internacional ILO subiu para 5,8%, a mais alta desde o período primeiro trimestre de 2000. O setor automobilístico é uma fonte de preocupação para os investidores, tanto que o Congresso americano já discute se vai aprovar um pacote de US$ 25 bilhões para resgate à General Motors, à Ford e à Chrysler. Nos EUA, o índice Dow Jones Industrial da Bolsa de Nova York fechou com baixa de 4,72%; o mercado Nasdaq teve queda de 5,17% e o seletivo S 500 caiu 5,19%. Analistas afirmam que os investidores dizem acreditar que as medidas de emergência de vários países - que variaram de cortes de juros a injeções financeiras no mercado - para acalmar a crise não foram eficientes. "Não há muita clareza agora", afirmou Hiroaki Osakabe, da Chibagin Asset Management. "Com tantas notícias amargas e a situação econômica dos países piorando cada vez mais, as coisas ficam mais difíceis.". Brasil No Brasil, as ações da Petrobras puxaram as perdas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), apesar do lucro de R$ 10,8 bilhões anunciado na terça-feira (11). O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, desvalorizou 7,75% no fechamento e atingiu os 34.373 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,09 bilhões. Somente a ação preferencial da Petrobras movimentou quase 30% do volume total da Bolsa brasileira, desabando 13,75% no pregão. "Nesta semana, tivemos apenas más notícias. A única positiva foi logo na segunda-feira [o pacote fiscal chinês de US$ 586 bilhões], mas o efeito passou rápido. Mas o mercado realmente piorou depois do anúncio do [Henry] Paulson", comenta Glauber Romano, economista da corretora de câmbio Intercam. O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, anunciou que o pacote de US$ 700 bilhões pode ser usado para auxiliar empresas fora do setor bancário, mas sem incluir companhias não-financeiras. O anúncio não foi bem recebido pelo mercado e as Bolsas de Valores desabaram.