Jornal Correio Braziliense

Economia

Região Centro-Oeste está mais próxima das áreas mais ricas do país

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A Região Centro-Oeste está cada vez mais próxima do Sul e Sudeste quando o assunto é o dinamismo econômico. O Mapa da Desigualdade Espacial da Renda no Brasil, estudo realizado pelos conselhos Federal e Regional de Economia (Cofecon e Corecon-DF), mostra que a área está cada vez mais próxima das partes mais ricas do país se considerado o Produto Interno Bruto (PIB) per capita. O grande motor da expansão do centro do país é o agronegócio. O Sul e o Sudeste, ao contrário, crescem graças à exploração petrolífera e ao desenvolvimento da atividade industrial. A pesquisa constatou que a expansão econômica brasileira é mais forte no interior do que no litoral. Das 41 áreas com taxas chinesas de crescimento, ou seja, acima de 10%, 36 estão distantes da costa (veja mapa). Segundo o economista Júlio Miragaya, coordenador da pesquisa, a aceleração mais forte no interior do país se deve ao desenvolvimento da agropecuária, à migração de muitas agroindústrias do Sudeste e Sul para próximo dos campos de cultivo no Centro-Oeste e, nas áreas da Região Norte, às baixas taxas de comparação. A expectativa é de que os indicadores de expansão dos espaços no interior do país se acelerem ainda mais tendo em vista alguns projetos de infra-estrutura em andamento, como a Ferrovia Norte-Sul (entre Tocantins e Maranhão), a Ferronorte (no Mato Grosso) e a rodovia BR-163, no mesmo estado. De acordo com o estudo, o Brasil mais rico, isto é, aquele cujo PIB per capita é 1,5 vez superior à média nacional, tem atividades econômicas desenvolvidas em diversas áreas geográficas e econômicas, entre elas petróleo, agronegócio, indústria e serviço público, no caso do DF. O mapa do país mais pobre, no entanto, é bem mais concentrado. Das 10 regiões menos favorecidas, ou seja, com PIB per capita inferior a 15% da média nacional, nove estão no Maranhão. Em alguns municípios a proporção é ainda menor: 10%. Brasília e Entorno Comparada a outras regiões do país, a capital da República aparece em quarto lugar no ranking de PIB per capita, com R$ 28.576, mais do dobro do valor médio para o Brasil, de R$ 12.396. ;A força do PIB de Brasília está no setor público, cujos salários são três vezes maiores que os do setor privado;, afirma Miragaya. É na cidade criada por JK que está boa parte dos cargos mais altos dos três poderes. Ao redor dos altos salários do governo, milhares de pessoas se aglutinam no Entorno do Distrito Federal, área cujo PIB per capita é de R$ 4.908, quase seis vezes menor que o do brasiliense. ;É uma região incipiente, sem forte atividade econômica e com população grande;, descreveu o economista. Mesmo situada entre as mais pobres do país, a região do Entorno do DF figura entre aquelas com taxa de crescimento chinês porque apresenta, como explicou Miragaya, ;altos índices de expansão do PIB per capita e elevado crescimento demográfico;.