Cerca de US$ 550 milhões de fundos de pensão argentinos, em processo de estatização, depositados no Brasil devem ser reintegrados ao país entre sexta e segunda-feira, afirmou nesta terça-feira (4/11) o vice-presidente da Comissão Nacional de Valores (CNV), Alejandro Vanoli.
Os fundos foram nacionalizados para que o dinheiro seja repatriado. Vanoli indicou que "fica reduzida a 0% a possibilidade de as administradoras (privadas) realizarem depósitos em Fundos Comuns de Investimento na zona Mercosul", disse Vanoli, da autoridade de regulação financeira.
Os fundos de pensão administram o equivalente a cerca de US$ 26 bilhões de 3,5 milhões de contribuintes efetivos, a metade dos quais está em seus padrões, com investimentos majoritários em títulos da dívida soberana.
Vanoli disse que o objetivo da medida adotada pelo governo e pelo Banco Central (autoridade monetária) "é proteger as aposentadorias da volatilidade dos mercados financeiros internacionais".
Um dos argumentos da presidente Cristina Fernández de Kirchner para eliminar a previdência privada foi a crise financeira internacional, que provocou fortes desfalques nos fundos nos quais ingressou apenas a metade do dinheiro previsto, por causa da expansão do trabalho informal e da evasão.
A lei que cria um sistema único de previdência do Estado começa a ser debatida na quinta-feira na Câmara dos Deputados.