A Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado realizada em San Salvador teve como tema oficial Juventude e o Desenvolvimento e debateu insistentemente os efeitos da crise financeira na economia dos países latinos, mas o que mais ganhou destaque foi a relevância do papel do Estado. Todos os mandatários dos 22 países que participaram do evento enfatizaram a importância das ações estatais para garantir o desenvolvimento das nações e, em especial, para evitar que problemas do mercado contaminem a economia real e ameacem as políticas públicas.
Durante os dois dias de reuniões entre presidentes, chanceleres e diplomatas, uma das propostas mais discutidas foi a que pede ;reformas; no atual sistema de regulação do mercado. Em seu discurso de encerramento da cúpula, o presidente de El Salvador, Elías Antonio Saca, anfitrião do encontro deste ano, defendeu hoje (31) um Estado atuante. ;Devemos ter Estados fortes e que intervenham no que permite a lei, que intervenham no que podem intervir nas politicas sociais.;
;Mercado sim, instituições financeiras sim, mas com regras e com ordem. Instituições que possam responder por seu interesse privado e pelo interesse público também;, acrescentou o presidente do governo espanhol, José Luis Zapatero. ;O papel do Estado é importante, pois é ele quem vai garantir que cada um cumpra seu papel.;
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, também afirmou que é função do Estado proteger o emprego e os investimentos, principalmente na crise. Segundo ela, é neste momento que a população pobre mais sofre e que o risco de retrocessos sociais monstram-se mais evidentes.
Outros, como o presidente da Bolívia, Evo Morales, sugeriram que a região ibero-americana rompa definitivamente como o capitalismo. Entretanto, todos concordaram que é preciso que o Estado exerça um papel mais forte na nova economia global, a economia pós-crise.