As licitações para a privatização dos aeroportos do Galeão (Rio de Janeiro) e Viracopos (Campinas) deverão ser liberadas em até seis meses, estimou nesta sexta-feira o diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Ronaldo Serôa da Motta. Embora não acredite nessa possibilidade, ele fez a ressalva de que a crise financeira internacional pode alongar um pouco esse processo.
"Imagino que seis meses é um tempo bom para que a gente comece a lançar os editais. Não vejo necessidade de mais tempo. Mas veja bem, agora com a crise financeira e todas essas questões que surgiram no cenário, pode ser que os esforços sejam desviados", afirmou, após participar da 4ª Jornada de Estudos de Regulação, na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no Rio de Janeiro.
Ele lembrou que o leilão de privatização de rodovias ocorrido nesta semana, em São Paulo, foi bem sucedido, mesmo com o cenário turbulento da economia. O diretor da Anac não escondeu que o desejo é que as empresas brasileiras prevaleçam na administração dos aeroportos.
"Como queremos que haja participação grande de empresas brasileiras, elas têm fonte de financiamento, como o BNDES. Não vejo nenhuma necessidade de retardar esse processo por conta da crise", observou.
A expectativa, segundo Serôa da Motta, é que o Conselho Nacional de Aviação Civil aprove até o final deste ano as diretrizes que irão nortear o processo de privatização desses aeroportos. Ele frisou que as preocupações principais deverão ser relativas a indicadores de qualidade dos aeroportos privatizados e a utilização do dinheiro arrecadado para se investir em outras aeródromos.
Serôa da Motta acrescentou que não há prazo definido e nem pressa desenfreada para que o processo avance, colocando em risco a gestão dos aeroportos. O edital para a construção de um novo aeroporto em São Paulo vai demorar mais tempo para sair, segundo o diretor.
"Não há urgência de data pré-definida que coloque em risco a qualidade desse processo. É melhor começar com um pouco de lentidão, mas em bases sólidas do que dar saltos imprudentes na tentativa de ganhar tempo", completou Serôa da Motta.