A dívida pública recuou em setembro pelo segundo mês consecutivo devido, principalmente, à desvalorização do real em relação ao dólar. O principal indicador que meda a dívida líquida (relação dívida/PIB, Produto Interno Bruto) caiu de 40,4% em agosto para 38,3% em setembro.
Sem a alta do dólar, a dívida estaria em 39,9% do PIB. A valorização da moeda norte-americana tem impacto positivo na dívida líquida (diferença entre ativos e passivos do setor público). Segundo o BC, uma alta de 10% no dólar, por exemplo, ajuda a reduzir a dívida pública em 1 ponto percentual, já que o governo possui mais ativos do que dívida em dólar.
Nesta quinta-feira (30/10), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, já havia adiantado que em outubro a dívida caiu ainda mais por causa do dólar, para 37%. Esse é o menor nível desde setembro de 1998.
Em termos absolutos, a dívida recuou de R$ 1,182 trilhão em agosto para R$ 1,127 trilhão em setembro.
No final do ano passado, a dívida equivalia a 42,6% da soma das riquezas produzidas no país. A dívida líquida do setor público deve terminar o ano em 40,8% do PIB, segundo previsão do BC, que considera um dólar a R$ 1,70 nessa estimativa.
O superávit primário (economia do governo para pagar os juros da dívida) contribuiu com uma redução de 4 pontos percentuais na dívida neste ano. O crescimento do PIB ajudou com mais 3,5 pontos. A alta do dólar colaborou com mais 0,9 ponto. Por outro lado, os juros elevaram a dívida em 4,3 pontos.