O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, e a chanceler alemã, Angela Merkel, defenderam nesta quinta-feira (30/10) em Londres a adoção de medidas globais para combater a crise econômica mundial.
Brown se reuniu com Merkel em sua residência oficial, em 10 de Downing Street, para analisar a situação da economia internacional e as reformas nos mercados financeiros.
A crise econômica "é um problema global que requer uma solução global. Nenhum país, não importa quão grande seja, pode resolver estes problemas sozinho", afirmou o chefe do Executivo britânico em entrevista coletiva conjunta com a chanceler alemã.
Segundo Brown, os Governos devem cooperar para impedir um "contágio" que espalhe a crise econômica.
Além disso, o líder trabalhista pediu aos bancos britânicos para continuar fazendo empréstimos às pequenas empresas, apesar da crise de créditos. "Devemos continuar estimulando os bancos a fazer empréstimos", afirmou.
Já Merkel, que antes de se reunir com o primeiro-ministro se encontrou com a rainha Elizabeth II, defendeu a adoção de "medidas corajosas e ousadas" para enfrentar a desaceleração econômica.
"Temos que aprender com esta crise", afirmou a chefe do Governo alemão, ao qualificar o Reino Unido como "um estreito aliado e amigo" da Alemanha.
Os dois líderes abordaram também a reforma do FMI (Fundo Monetário Internacional), a regulação das companhias financeiras e a estabilização das economias do Leste Europeu, entre outros assuntos.
Além disso, Brown, que no sábado inicia uma viagem por países do Golfo Pérsico, recebeu Merkel após se reunir na terça-feira em Paris com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, para debater a crise econômica.
Estes contatos também são preparatórios para a cúpula de líderes europeus que será realizada na capital francesa em 7 de novembro.
Nesse encontro, a União Européia tentará consensuar uma postura comum para a cúpula de 15 de novembro, que reunirá em Washington as 20 maiores economias do mundo para estudar a reforma do sistema financeiro internacional.
Enquanto isso, o Banco da Inglaterra estimou esta semana em US$ 2,8 trilhões as perdas sofridas pelas instituições financeiras - bancos, seguradoras e fundos de investimento - de todo o mundo como conseqüência da atual crise.