O dólar abriu o pregão na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM) em baixa de 1,73%, negociado a R$ 2,105 nos contratos de liquidação à vista. A taxa Selic estável em 13,75% ao ano (juro básico da economia brasileira), em decisão de ontem à noite do Banco Central, e a redução de 0,5 ponto porcentual para 1% ao ano do juro básico nos Estados Unidos são as novidades nesta quinta-feira. Mas surpresa mesmo só a operação de troca (swap) de US$ 30 bilhões entre o Banco Central brasileiro e o Federal Reserve (Fed, banco central americano). Afinal, as duas decisões de política monetária só confirmaram as expectativas. Ainda assim, o corte do Fed, e de outros bancos centrais de menor peso, anima os negócios do mercado financeiro global.
As bolsas subiram fortemente na Ásia e mostram fôlego também na Europa. Nos EUA, os índices futuros sinalizam um dia de bom humor. O euro recua, mas acima de US$ 1,31, o que representa um ajuste considerável em relação ao níveis de poucos dias atrás, de US$ 1,23. O petróleo ganha valor assim como as demais commodities.
A operação de troca de moeda entre o Fed e o BC, anunciada ontem, acompanhou acordo semelhante da autoridade monetária norte-americana com Cingapura, Coréia do Sul e México. Outros países como Austrália, Canadá, Dinamarca, Inglaterra, Noruega, Nova Zelândia, Suécia, Suíça e a União Européia têm operações semelhantes, algumas feitas imediatamente após o agravamento da crise de crédito, em meados de setembro.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles disse, ontem à noite, que a operação tem um "significado muito importante", porque inclui formalmente o Brasil no grupo de países que possuem "economias sistemicamente importantes". Ele esclareceu que o reforço de US$ 30 bilhões do Fed no caixa brasileiro vai aumentar os mecanismos de defesa da economia e que o acordo faz parte da estratégia de amenizar os efeitos da turbulência externa na economia brasileira.
O mercado deve receber bem a medida na manhã desta quinta-feira. Afinal, o BC continua dando informações de que a liquidez em moeda estrangeira não será um problema. Além disso, os procedimentos adotados até o momento têm preservado o mais possível o volume de reservas internacionais do País. Esta é mais uma das medidas nesse sentido. A perspectiva é de que o dólar reaja em queda ante o real.