As Bolsas da Ásia registraram fortes altas nesta quinta-feira (30/10) impulsionadas pelo corte de juros promovido pelo Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) e pelas ações baratas no mercado. A Bolsa de Tóquio (Japão), a principal da região, fechou com alta de quase 10%. Na Coréia do Sul, o mercado avançou quase 12%.
A constante derrubada das Bolsas nos últimos meses fez com que alguns ativos de empresas virassem verdadeiras "pechinchas". "O principal fator é que papéis "blue-chip" [os mais movimentados] das exportadoras ficaram tão baratos que muitos correm atrás das ações para comprar", afirmou Nagayuki Yamagishi, da Mitsubishi Securities.
"A expectativa de um corte de juros pelo BoJ faz a economia acelerar hoje. Embora alguns digam que a mudança não terá grande impacto, é certamente melhor do que nada", disse Yamagishi. O BoJ (Banco do Japão, o BC japonês) deve divulgar nesta sexta-feira sua nova taxa.
Todos os outros mercados da região tiveram altas. Na Austrália, o mercado avançou 3,98%; a China subiu 2,17%; Hong Kong tinha ganhos de 10,11% perto do fim do pregão.
Nesta quarta-feira, o Fed decidiu reduzir sua taxa básica de juros em meio ponto percentual, para 1% ao ano. Em declaração, o banco reiterou que o cenário da economia americana continua ruim e que fará o que for necessário para injetar liquidez e estimular o consumo.
A medida não surtiu tanto efeito nos EUA, onde o Dow Jones Industrial Average (DJIA) recuou 0,82%, a 8.990,96 unidades, enquanto o Nasdaq, de alto componente tecnológico, ganhou 0,47%, a 1.657,21 unidades. O índice ampliado Standard & Poor´s 500, por sua vez, perdeu 1,11%, a 930,09 unidades.
Já no Brasil, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) emendou o segundo dia de forte valorização, com ganhos de 4,37% no fechamento, com o ânimo dos investidores no corte dos juros básicos promovido pelo Federal Reserve. Para economistas do setor financeiro, o banco central americano deixou a porta aberta para outros ajustes da taxa básica local.
Após o fechamento da Bolsa brasileira, o Copom (Comitê de Política Econômica do Banco Central) divulgou sua decisão de manter a taxa básica de juros inalterada em 13,75% ao ano.
"Avaliando o cenários prospectivo e o balanço de riscos para a inflação, em ambiente de maior incerteza, o Copom decidiu por unanimidade, neste momento, manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, sem viés", afirmou o comitê em nota após a reunião.