A Caixa Econômica Federal confirmou nesta quarta-feira (29/10) que irá disponibilizar uma linha de crédito de capital de giro de R$ 3 bilhões para empresas de construção civil. Além disso, o governo vai permitir que outros bancos direcionem mais recursos da poupança para essas empresas. Isso pode significar mais R$ 10 bilhões para as construtoras, a partir do redirecionamento de um dinheiro que hoje financia o mutuário.
Os empréstimos da Caixa terão uma garantia adicional, além daquela dada pela empresa que toma o empréstimo. O governo vai criar um fundo com base nos dividendos que seriam pagos pela Caixa à União até 2010. O fundo terá de R$ 1,050 bilhão, ou seja, vai garantir 35% das operações.
Os juros para a linha serão de TR mais 11% ao ano. Hoje, o juro para capital de giro no mercado está acima de 20% ao ano.
Essa medida pode beneficiar as pessoas que compram a casa própria. Segundo a Caixa, a tendência é que o repasse de custos para o mutuário seja menor. Hoje o capital de giro já é repassado para o comprador, mas em valores maiores, pois os juros são mais altos.
"No valor final para o mutuário, isso diminui, pois o empresário tinha um custo maior", disse a presidente da Caixa, Maria Fernando Coelho.
Segundo ela, o financiamento estará limitado a 20% do valor do empreendimento imobiliário. Haverá um período de carência. O empresário pagará juros e correção monetária até o final da construção. O principal do empréstimo só começa a ser pago depois do término da obra, nos 24 meses seguintes.
A Caixa também poderá comprar 70% da carteira de recebíveis das obras já em andamento dessas construtoras.
Poupança
Na segunda medida para o setor, o governo autorizou os bancos brasileiros em geral a direcionar 5% do saldo da poupança para capital de giro de construtoras.
Hoje, os bancos já são obrigados a aplicar 65% em financiamento imobiliário. Esses 5% (cerca de R$ 10 bilhões) poderão ser abatidos desse total.
Segundo a Caixa, essa redução no financiamento imobiliário para gerar mais capital de giro para as empresas será compensada pelo aumento na captação da caderneta de poupança.
A regra vale para todos os bancos e os recursos serão aplicados nas condições atuais do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).