Menos de uma semana depois de alertar que não vai conseguir atingir as metas de ganhos no seu ano fiscal, que termina em março de 2009, a japonesa Sony informou que o lucro no segundo trimestre fiscal deste ano despencou 72%. O resultado foi atribuído à redução da demanda dos consumidores em meio à crise econômica global e à valorização do iene, que enfraqueceu as exportações. Os executivos da Sony admitiram que o cenário parece desanimador para a empresa.
Citando o que chamou de "flutuações sem precedentes no câmbio", a Sony afirmou que o lucro líquido no período entre julho e setembro recuou para 20,8 bilhões de ienes (US$ 214 milhões), de 73,7 bilhões de ienes no mesmo período do ano passado. No segundo trimestre fiscal da empresa em 2007, o lucro da companhia havia sido impulsionado por 61 bilhões de ienes em ganhos com a venda de seus escritórios em Tóquio.
O lucro operacional da companhia caiu mais de 90%, para 11 bilhões de ienes (US$ 113 milhões), de 111,6 bilhões de ienes no segundo trimestre fiscal de 2007. A receita diminuiu 0,5%, para 2,07 trilhões de ienes (US$ 21,3 bilhões), de 2,08 trilhões de ienes um ano antes. Mas o resultado da Sony poderia ter sido pior, caso a empresa não tivesse registrado benefícios fiscais no valor de 8,9 bilhões de ienes (US$ 91,5 milhões) no período.
Em uma conferência, o vice-presidente da empresa, Naofumi Hara, afirmou que a "Sony terá de competir com produtos melhores". "As vendas no fim deste ano serão extremamente ruins para nós", acrescentou. Na semana passada, a empresa alertou que pode ter de fazer demissões e cortar investimentos.
Boa parte da receita da Sony provém de grandes mercados estrangeiros, como Estados Unidos e Europa, o que deixou a companhia exposta à desaceleração econômica e ao aumento do iene ante o dólar e o euro entre julho e setembro.