A ministra de Assuntos Exteriores islandesa, Ingibjorg Solrun Gisladottir, criticou o fato de o governo de Londres ter recorrido à legislação antiterrorista britânica para bloquear os ativos dos bancos islandeses no Reino Unido.
Em carta aos parlamentares britânicos que vazou ao jornal "The Independent", Gisladottir protesta também contra o tom da linguagem utilizada pelos ministros do governo de Gordon Brown, aos quais responsabiliza pela "devastação" econômica sofrida pela Islândia.
Gisladottir acusa inclusive o governo de Londres de ter provocado ataques contra os islandeses que visitam o Reino Unido, ao promover a hostilidade em relação à ilha.
As relações entre Reykjavik e Londres chegaram a tal ponto de tensão que o primeiro-ministro islandês, Geir Haarde, ameaça processar o Governo britânico pelo recurso às leis antiterroristas.
O banco islandês Kaupthing deu instruções a um escritório de advogados para que investigue a legalidade do confisco de sua filial britânica, Kaupthing Singer & Friedlander, informa o "Independent".
Em sua carta, a ministra de Exteriores islandesa expressa sua "surpresa" com as medidas adotadas pelo governo britânico e diz que seus compatriotas não podem entender "como se recorreu à legislação antiterrorista contra um estreito aliado e pacífico amigo".
"Não tem nenhum sentido ver uma companhia islandesa na mesma lista que a Al Qaeda e os talebans no site do Ministério da Economia", escreve Gisladottir, segundo a qual as medidas tomadas por Londres tornam "extremamente difíceis" os negócios entre os dois países.