Jornal Correio Braziliense

Economia

Empresários se queixam da CaixaPar, criada para ajudar construção civil na crise

;

A criação da empresa Caixa Participações (CaixaPar), que permite que a Caixa Econômica Federal possa entrar como sócia de empresas da construção civil, não agradou aos empresários do setor. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), Paulo Safady Simão, disse nesta terça-feira (28/10) que a medida não foi negociada com o setor e pegou os empresários de surpresa. ;É um equívoco do governo. A Caixa é uma financiadora do sistema, ela detém o monopólio de financiamento. Não nos parece correto que uma empresa que financia o setor seja sócia do setor. Não estou dizendo que foi feito com essa intenção, mas é uma porta aberta para possíveis distorções da concorrência do mercado;, afirmou. Segundo Safady, o temor é que a medida atenda apenas poucas grandes empresas do setor e deixe os pequenos empresários de lado. ;Estamos pleiteando medidas universais para o mercado como um todo. Queremos uma solução de mercado;, ressaltou. O tema foi abordado durante uma mesa redonda com a participação da ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil da Presidência da República, durante o 3º Encontro Nacional da Indústria, realizado em Brasília. Dilma explicou que a Caixa só pode ser sócia de empresas que obtiverem o nível 2 no Índice de Governança Corporativa na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). ;Geralmente, as grandes empresas estão neste nível, mas nada impede que pequenas ou médias empresas estejam;, disse. Dilma garantiu, no entanto, que os pequenos empresários da construção civil não vão ficar desamparados no caso de dificuldades financeiras, e lembrou o anúncio feito hoje pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de uma linha especial de R$ 3 bilhões para o setor. ;O governo acha que as pequenas e médias empresas da construção civil são de fato o coração do setor. Elas têm que ser preservadas e certamente serão;, assegurou a ministra.