postado em 25/10/2008 09:51
A turbulência no mercado financeiro chegou com força na economia real. A primeira grande vítima é a indústria automobilística, que atravessava dificuldades desde que o preço do petróleo disparou, no primeiro semestre. Com a crise, os negócios despencaram de vez. E sucedem-se anúncios de cortes de empregos, revisão de metas e fechamento, temporário ou não, de fábricas.
A General Motors avisou que vai demitir no mundo inteiro, uma vez que o programa de aposentadoria voluntária não foi suficiente para reduzir custos. Na Argentina, calcula-se que os cortes cheguem a 500 funcionários.
A Ford também anunciou a demissão de 500 funcionários na Austrália, corte que se somará aos 350 demitidos em agosto e estuda ainda a venda de sua participação de US$ 1,4 bilhão na japonesa Mazda. A Chrysler, que já anunciara planos para cortar 1,8 mil empregos, prevê a demissão de outros 4,3 mil funcionários da área administrativa. A empresa decidiu fechar uma fábrica no estado de Ohio (EUA) mais cedo do que previa e planeja mudanças em outra fábrica em Newark, nos EUA.
O Grupo Renault Nissan é outro em apuros. A japonesa Nissan vai cortar 1.680 vagas na Espanha, onde possui duas fábricas. Já a francesa Renault decidiu fechar quase todas as fábricas na França durante uma ou duas semanas, a partir da próxima segunda-feira (27/10), para enfrentar a queda nas vendas. Outro grupo francês, o PSA Peugeot-Citroën anunciou nessa sexta (24/10) uma redução em massa da produção no quarto semestre.
Até a maior montadora do mundo, a Toyota, deve reduzir a previsão de vendas no mundo de 9,7 milhões de veículos em 2009, diante da expectativa de que as vendas da indústria nos Estados Unidos vão cair abaixo dos 13 milhões de unidades.
As dificuldades, porém, ultrapassam o mercado de veículos. O maior fabricante mundial de aço, o grupo ArcelorMittal, vai fechar temporariamente unidades na Bélgica, França e Alemanha. A Samsung, maior fabricante mundial de chips de memória e telas de cristal líquido, e principal firma do maior conglomerado da Coréia do Sul, anunciou queda de 44% no lucro trimestral.