A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera com recuperação moderada, numa sessão de pausa na crise financeira que arrasta os mercados há meses. Somente nos últimos cinco dias a Bolsa brasileira acumula perdas de 22,5%. O câmbio, após disparar mais de 20% no mesmo período, corrige parte dos "excessos" e recua para R$ 2,210. O Ibovespa, índice de ações que acompanha as ações mais negociadas, avança 1,38% e alcança os 39.126 pontos. O giro financeiro é de R$ 1,84 bilhão.
O dólar comercial é negociado a R$ 2,210 na venda, o que representa um declínio de 3,11% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 427 pontos, número 1,42% acima da pontuação anterior.
A recuperação das Bolsas européias e americanas durou pouco: esses mercados já inverteram a tendência de abertura e passam a operar em terreno negativo, a exemplo de Paris (queda de 0,62%), Frankfurt (retração de 1,61%) e Nova York (baixa de 0,87%), mas com exceção de Londres (alta modesta de 0,17%).
Ontem, em uma ação coordenada inédita, o Federal Reserve (banco central dos EUA), o BCE (Banco Central Europeu), entre outros bancos centrais, decidiram um corte extraordinário e conjunto de juros, para animar as respectivas economias. A decisão, embora tenha recebido elogios de analistas que pediam um ação global para deter a crise financeira, teve efeitos restritos sobre o dia dos mercados financeiros.
Horas depois, próximo ao encerramento dos mercados, o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, alertou para novas quebras de instituições financeiras, enquanto a presidente da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados), Nancy Pelosi, disse que o país precisa de um novo pacote de estímulo à economia, de US$ 150 bilhões. No Brasil, o Banco Central voltou a mexer no recolhimento compulsório, promovendo sua terceira liberação de recursos retidos desde o início do agravamento da crise. Com as duas alterações anteriores, o total liberado na economia já chega a R$ 60 bilhões. Entre as primeiras notícias do dia, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) revelou que inflação medida pelo IGP-M, em sua primeira prévia mostrou aceleração: subiu 0,55%, ante variação nula no mesmo período em agosto.