Jornal Correio Braziliense

Economia

Sem proposta patronal, greve dos bancários continua amanhã

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A paralisação dos bancários em todo o Brasil reivindicando reajuste salarial, iniciada nesta quarta-feira (8/10), ainda não resultou em contraproposta das instituições financeiras e irá prosseguir amanhã. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), o balanço das adesões foi positivo, apesar não saber informar o número de funcionários parados. "A grande adesão à greve mostra a insatisfação dos bancários com a postura dos bancos, que batem sucessivos recordes de lucro e não querem atender as reivindicações da categoria", afirmou o presidente da Contraf, Vagner Freitas. A categoria em todo país - formada por 434 mil bancários - reivindica aumento real de 5%, além da reposição de inflação acumulada de 7,15% entre setembro de 2007 e agosto deste ano, valorização dos pisos salariais, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) maior e simplificado, fim das metas abusivas e do assédio moral. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), propôs em 24 de setembro, um dia após a paralisação de 24h da categoria, reajuste salarial de 7,5%. Os bancos ofereceram também participação nos resultados incidindo sobre os lucros do exercício de 2008 e uma parcela adicional incidente sobre o crescimento do lucro de 2007 para 2008. Em São Paulo, segundo o sindicato, o balanço informou que 682 locais de trabalho estiveram fechados hoje, entre agências e prédios administrativos, fecharam na região. A estimativa da base representante São Paulo, Osasco e Região, formada por 120 mil trabalhadores, é que 22% cruzaram os braços hoje. Cerca de 140 sindicatos de todo o país aprovaram na noite de ontem a paralisação por tempo indeterminado. Segundo a Contraf , apenas as representações de Porto Alegre - do Banco do Brasil e Banrisul-, e de Blumenau e Concórdia, em Santa Catarina. Em nota, a Fenaban informou que "confia que chegará brevemente a um acordo com os sindicatos de bancários sobre a convenção coletiva de trabalho da categoria". A entidade patronal explicou que os clientes que tiverem dificuldades em pagar contas podem utilizar os serviços eletrônicos e telefônicos dos bancos. A Fenaban diz que os canais de atendimento remoto, composto por 45,2 mil postos de atendimento e pela rede de 84,3 mil correspondentes não bancários, como casas lotéricas, agências dos correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados também podem receber os pagamentos.