A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deu sinais de que ainda não atingiu o "fundo do poço", registrando um novo dia de fortes quedas nesta quarta-feira (8/10). A ação coordenada de alguns dos principais bancos centrais do planeta não animou os investidores, que tentam achar o "preço" de uma recessão nas economias centrais sobre as ações. Da Ásia à Europa e EUA, as Bolsas de Valores mundiais desabaram. O câmbio teve um de dias de maior estresse, praticamente forçando o Banco Central a intervir.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, retrocedeu 3,85% no fechamento e atingiu os 38.593 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,40 bilhões.
As ações líderes da Bolsa, Petrobras e Vale, puxaram as perdas de hoje. A ação da petrolífera retraiu 5,65%, enquanto o papel da mineradora teve decréscimo de 0,76%.
Até ontem, a ação da Petrobras registrava retração de 35,6%, sendo 19,4% somente no mês; no caso da a Vale, a desvalorização acumulada em 2008 era ainda pior, de 48,30%. Somente no mês, a retração era de 20,5% até ontem.
Hoje, no topo das perdas, a ação da Cesp registrou baixa de 17,26%; a ação da Nossa Caixa caiu 12,36%, enquanto o papel da VCP (Votorantim Celulose e Papel) cedeu 13,65%.
O dia foi bastante turbulento no mercado de câmbio, forçando ao Banco Central à sua intervenção mais pesada desde o início da crise. Pela primeira vez em cinco anos, o BC vendeu dólares de sua reservas para conter a escalada do câmbio, realizando três leilões entre as 10h43 e 11h29, sem esquecer de um leilão de "swap cambial", programado desde ontem, entre as 14h30 e 14h45.
Num sinal claro do nervosismo dos agentes financeiros, o preço da moeda americana oscilou entre a cotação máxima de R$ 2,480 e a mínima de R$ 2,177, para encerrar o dia a R$ 2,280 (venda), em baixa de 1,34%.
Pela manhã, o Federal Reserve (Fed, banco central americano), o Banco Central Europeu (BCE) e as autoridades monetárias de mais cinco países (Canadá, Inglaterra, entre outros) fizeram uma ação coordenada de redução dos juros básicos em 0,50 ponto percentual. Nos EUA, a taxa caiu de 2% ao ano para 1,5%, enquanto na zona do euro, o juro primário caiu para 3,75% ao ano.
A medida, no entanto, não teve a recepção esperada nos mercados financeiros. As Bolsas de Valores européias desabaram: em Londres, o índice FSTE declinou 5,17%; em Paris, a Bolsa local perdeu 6,30%, enquanto em Frankfurt, a queda foi 5,87%.