A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) está bastante instável nos negócios desta quarta-feira (8/10): após desabar mais de 5% nas operações inicias, em poucos minutos inverteu tendência e passa a operar em terreno positivo. Hoje, os principais bancos centrais do planeta anunciaram uma ação coordenada de corte dos juros locais, numa medida amplamente aguardada nos mercados financeiros.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, valoriza 0,36% e marca 40.286 pontos. O giro financeiro é de R$ 1,49 bilhão.
O dólar comercial é negociado a R$ 2,347 na venda, em alta de 1,55%. A taxa de risco-país marca 420 pontos, número 2,68% mais alto que a pontuação anterior.
O Banco Central realizou entre as 10h13 e 10h23 um leilão de venda de dólar, e aceitou ofertas por R$ 2,4485 (taxa de corte). Ainda nesta tarde, às 14h30, a autoridade monetária deve realizar um novo leilão de swap cambial, o equivalente a uma operação de venda de dólar no mercado futuro.
Na Europa, as principais Bolsas de Valores operam com fortes perdas, a exemplo de Londres (baixa de 2,68%), Paris (queda de 2,88%) e Frankfurt (recuo de 3,09%). Nos EUA, a Bolsa de Nova York registra ganhos de 1,19%.
O Federal Reserve (o banco central americano) reduziu a taxa básica de juros dos EUA de 2% para 1,5%, numa ação coordenada com bancos centrais europeus, a exemplo do BC britânico, que também reduziu sua taxa de juros em 0,50 ponto percentual, para 4,5%.
Os outros bancos que agiram com redução em suas taxas de juros foram: o Banco do Canadá; o BCE (Banco Central Europeu); o Sveriges Riksbank (da Suécia); e o SNB (Banco Nacional da Suíça, na sigla em inglês).
As autoridades monetárias redobram os esforços para combater os efeitos mais dramáticos da crise: primeiro, a paralisia na circulação de crédito, com injeções bilionárias e regulares de dinheiro no sistema bancário; segundo, aumentando as garantias dos depósitos bancários, de modo a acalmar a população e evitar uma cena bastante conhecida na época da crise de 29: a corrida aos bancos.
Há semanas, os participantes do mercado financeiro reclamavam de uma ação coordenada das autoridades européias e americanas para enfrentar a crise, que já havia se expandido para além das fronteiras dos EUA e ganhava dimensão global.
Ontem, o Fed e outros cinco bancos centrais anunciaram uma injeção bilionária de recursos, para combater um dos efeitos mais negativos da crise: o corte na circulação de recursos entre os bancos, que param de emprestar por não saber qual a próxima instituição financeira a falir, sob o peso dos créditos que viraram pó e deixaram rombos nos balanços.