Ações individuais de determinados países e da União Européia não resultaram no fim da crise econômica mundial e das seguidas quedas nas bolsas de valores, segundo avalição do economista e professor da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite.
Nesta terça-feira (7/10), após a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrar a quarta baixa seguida, ele afirmou que só uma ação coordenada entre bancos centrais de países desenvolvidos resolverá o problema, que já tem proporções globais.
;Existe um incêndio (a crise) no mercado e os bombeiros (os bancos centrais) estão agindo;, afirmou. ;Porém, só uma ação conjunta de todos os atores dará o resultado esperado", acrescentou.
Segundo ele, só agora, com a crise mostrando suas conseqüências mais fortes, é possível saber o tamanho real do problema dos bancos e avaliar a sua dimensão, inclusive, se foi suficiente a ajuda de U$ 700 bilhões que os Estados Unidos concedeu aos bancos.
De acordo com ele, existe no mundo uma carteira de crédito de cerca de U$ 50 trilhões. Destes, cerca de R$ 3 trilhões estariam ;podres;. Os Estados Unidos já decidiram comprar cerca de U$ 1 trilhão. A economia norte-americana, junto com a européia e a japonesa, na avaliação de Leite, precisa agora achar uma solução para os U$ 2 trilhões restantes.
;Os governos das economias desenvolvidas têm dinheiro em reservas para isso. Acredito que, nós próximos dias, eles devem se reunir e acertar o plano de ação.;
Porém, Leite afirmou que, enquanto, a ajuda conjunta não vem, os dias de ;pânico; devem perdurar. Segundo ele, como o momento é ruim, a incerteza da economia afugenta investidores, que vendem suas ações e rumam para investimentos seguros.
O professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Alexsandro Broedel, também acredita que os dias ainda serão difíceis no curto prazo. Para ele, toda a ajuda anunciada não surtiu o efeito esperado e o mercado acabou não reagindo bem.
Ele também acredita que a crise só pode ser superado com uma ação coordenada. ;Uma crise de crédito atinge a todos. Se o problema é este, ninguém vai resolver sozinho, nem o Brasil;, disse Broedel.