Jornal Correio Braziliense

Economia

Faturamento da indústria recua em agosto, mas mantém recorde no ano

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O faturamento da indústria brasileira recuou em agosto, mas manteve resultado recorde de crescimento nos oito primeiros meses do ano. Segundo a pesquisa mensal do setor realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento caiu 2,3% entre julho e agosto (dado dessazonalizado, que não considera fatores específicos do período) e subiu 0,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. No dado mensal sazonalizado, a queda foi de 5,6% em relação a julho. Entre janeiro e agosto, houve uma expansão de 8,2%, o melhor resultado da série histórica da confederação, iniciada em 2003, para esse período. O uso da capacidade instalada da indústria alcançou o patamar recorde de 84,1% em agosto, o maior da série da CNI. No mês anterior, estava em 83,9% (dados sem ajuste). Com o ajuste, o indicador subiu de 83,4% para 83,5%. Emprego O emprego na indústria cresceu 0,3% (dado sem ajuste) em relação a julho e 4% na comparação anual. No ano, houve avanço de 4,4%. As horas trabalhadas na indústria caíram 0,9% em relação a julho e 3% na comparação com o ano passado. Em oito meses, houve avanço de 5,7%. A massa salarial caiu 2,3% no mês e subiu 3,6% em 12 meses. No ano, o aumento foi de 5,1%. Setores Entre os setores que registraram desaceleração no faturamento na comparação com agosto do ano passado, estão madeira (-20,5%), produtos químicos (-15,5%) e alimentos e bebidas (-10,8%). Os melhores resultados ficaram com papel e celulose ( 34,6%), veículos automotores ( 20,2%) e vestuário ( 14,8%). Esses foram também os três setores que registraram aumento da capacidade instalada em agosto superior ao registrado em julho. Estabilidade Segundo a CNI, parte da desaceleração no mês se deve ao impacto do número menor de dias úteis no mês de agosto. Por isso, a avaliação é de que houve uma acomodação no desempenho do setor em agosto. O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, disse que o resultado de agosto não deve ser interpretado como uma quebra no bom desempenho da indústria em 2008. "O desempenho da indústria nesses oito primeiros meses do ano ainda é muito positivo. Você vinha muito forte e é difícil apenas com um mês você alterar essa situação", afirmou Castelo Branco.