Jornal Correio Braziliense

Economia

Bovespa cai 2,11%; dólar sobe 1,45%, a R$ 2,230

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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acentua as perdas nos negócios desta terça-feira (7/10), sem resistir ao temor generalizado de uma recessão nas principais economias do planeta. O mercado esboçou uma recuperação pela manhã, após a notícia de uma ação coordenada dos bancos centrais dos EUA e de outros cinco países para injetar recursos nos sistemas financeiros. O "termômetro" da Bolsa, o Ibovespa, desvaloriza 2,11% e marca os 41.213 pontos. O giro financeiro é de R$ 2,05 bilhões. O dólar comercial é negociado a R$ 2,230 na venda, com avanço de 1,45% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 393 pontos, número 0,50% abaixo da pontuação anterior. Algumas das principais Bolsas européias ainda operam em terreno positivo, a exemplo de Londres e Paris, mas com exceção de Frankfurt (declínio de 1,12%). Nos EUA, a Bolsa de Nova York sofre perdas de 0,26%. As autoridades européias tentam conter a todo custo uma corrida bancária, a exemplo da chanceler alemã Angela Merkel, que deve discursar hoje, numa tentativa de acalmar a população. Entre as principais notícias do dia, o Federal Reserve (Fed, o BC americano) anunciou hoje uma ação coordenada com outros cinco bancos centrais para oferecer em dezembro US$ 450 bilhões ao sistema bancário a fim de evitar uma escassez de oferta de dinheiro. Além dessa nova injeção bilionária de recursos, o Fed também deve adquirir títulos de renda fixa de curto prazo - "commercial papers" -, de modo a animar a circulação de recursos pela economia. Anteriormente, os países da União Européia haviam anunciado que devem adotar elevar as garantias de depósitos em bancos de 20 mil euros (US$ 27.300) para 50 mil euros (US$ 68.400), medida semelhante à adotada pelos Estados Unidos no mês passado. Hoje, a Câmara de Comércio Britânica afirmou que a economia do Reino Unido já está em recessão e advertiu que o número de desempregados no país pode atingir 350 mil até o final deste ano. No front doméstico, como medida preventiva à crise, o governo avisou ontem à noite que vai editar uma MP (medida provisória) que autoriza o Banco Central do Brasil a comprar diretamente a carteira de crédito de bancos comerciais. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que inflação em setembro, medida pelo IGP-DI, teve variação de 0,36% ante deflação de 0,38% em agosto. Analistas do mercado financeiro estimavam inflação entre 0,28% e 0,30%. Agenda. Investidores e analistas devem monitorar com atenção as palavras do presidente Ben Bernanke, do banco central americano, com discurso marcado para as 13h30 (hora de Brasília). Pouco tempo depois, às 15h, o BC americano revela a ata relativa a última reunião, do dia 16 do mês passado, quando a autoridade monetária decidiu manter a taxa básica de juros dos EUA em 2% ao ano. Às 16h, o mercado deve avaliar com cuidado os dados sobre a concessão de crédito ao consumidor americano, um forte indicativo de que a crise financeira já restringiu os recursos disponíveis.