Os parlamentares da base aliada que participaram da reunião do conselho político, no Palácio do Planalto, confirmaram que será editada uma medida provisória destinada a fazer frente aos efeitos da crise de liquidez do mercado financeiro internacional sobre a economia brasileira.
De acordo com o líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE), a medida provisória vai autorizar o Banco Central a garantir os empréstimos contraídos por empresas brasileiras no exterior, o financiamento das companhias de leasing e o redesconto das carteiras de crédito das pequenas e médias instituições bancárias.
;Com isso você dá mais uma blindagem ao setor financeiro brasileiro. Você dá solidez;, explicou o deputado, após reunião do Conselho Político com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, além do presidente Lula.
Rands negou que a MP signifique que o governo esteja preocupado com possíveis falências de bancos, a exemplo do que ocorreu com instituições financeiras norte-americanas.
;O governo não está preocupado, só está tomando medidas de precaução. Quanto mais solidez (do mercado financeiro) melhor;, afirmou.
Os parlamentares relataram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi taxativo de que não haverá um pacote de ajuda aos sistema financeiro nacional, como adotado pelo governo norte-americano. Segundo eles, o presidente garantiu que governo continuará monitorando a economia e tomará apenas medidas pontuais, quando julgar necessário.
;O presidente Lula disse que é preciso tranqüilidade e firmeza neste momento;, afirmou o deputado Gilmar Machado (PT-MG)
Já o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), disse que a medida provisória será mais um mecanismo de regulação do mercado financeiro nacional.
;Numa certa medida significa capacidade maior do Banco Central de regular o mercado financeiro e o mercado bancário brasileiro;, disse, lembrando que a crise do sistema financeiro internacional é resultado da ;quebradeira; dos bancos norte-americanos pela falta de regulação do mercado.
A Casa Civil informou que a medida provisória será publicada a
nesta terça-feira (7/10) no Diário Oficial da União e entra em vigor de imediato. A previsão é que o Banco Central detalhe ainda hoje a MP.