Jornal Correio Braziliense

Economia

Bovespa retoma negócios

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A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) reiniciou os negócios desta segunda-feira ainda com forte baixa, na casa dos dois dígitos. O novo dia de pânico nos mercados financeiro foi detonado pela piora da situação dos bancos na Europa, também afetados pela crise dos créditos "subprimes". O mecanismo do circuit-breaker, que paralisa os negócios para evitar oscilações ainda mais bruscas, foi acionado às 10h19, com duração de meia-hora. Trata-se da segunda vez em menos de um mês que o "circuit-breaker" é acionado. A última vez em que essa "trava" havia sido utilizada foi em 1999. Como já foi acionado uma vez hoje, esse mecanismo somente será "ligado" novamente quando a Bolsa alcançar uma queda de 15%. O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, desvaloriza 10,36% e retrai para os 39.904 pontos. O giro financeiro é de R$ 500 milhões. O dólar comercial é negociado a R$ 2,160 na venda, com forte avanço de 5,57%. A taxa de risco-país marca 377 pontos, número 5,89% mais alto que a pontuação anterior. As Bolsas asiáticas foram os primeiros mercados a acusarem o pessimismo generalizado dos investidores com a economia global. Em Tóquio, a Bolsa local despencou 4,25%. Na Europa, onde se concentra um novo foco da crise, a Bolsa londrina amarga baixa de 5,40%; em Paris, as ações caem 6,42% enquanto em Frankfurt, o índice Dax cede 5,77%. Ontem, o governo alemão e bancos privados fecharam um acordo para salvar o banco alemão especializado em hipotecas Hypo Real Estate (HRE), com uma injeção de capital da ordem de US$ 69 bilhões. O banco europeu, como adiantavam há semanas a imprensa especializada, estava à beira da quebra.