Jornal Correio Braziliense

Economia

Crise pesará sobre etanol na Europa, diz Rabobank

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O setor do etanol na Europa e nos Estados Unidos já teme por uma seca prolongada. Não em suas terras, férteis, mas na capacidade dos bancos de continuarem emprestando dinheiro para os projetos de usinas. Um levantamento feito pelo Rabobank apontou que o setor de energias renováveis pode acumular uma dívida de %u20AC 21 bilhões por ano no processo de expansão de sua produção na Europa. Sem créditos, a tendência é de que muitos projetos sejam abandonados. O levantamento feito pelos economistas do banco indica que, até 2020, a Europa fará investimentos de %u20AC 85 bilhões no setor de etanol, energia solar e outras formas alternativas para chegar à meta de garantir que 20% das fontes não dependam do petróleo. Mas, com a quebra do Lehman Brothers, a compra do Merrill Lynch pelo Bank of America e pelo menos quatro intervenções importantes nos bancos europeus pelos governos, a previsão é de que haverá uma seca nos empréstimos. Apenas em 2007, o setor de energia solar e eólica consumiu investimentos de %u20AC 18 bilhões. A previsão é de que vão aplicar outros %u20AC 85 bilhões a cada ano até 2020. Segundo os economistas do Rabobank, a estimativa é de que a cada ano dívidas de %u20AC 21 bilhões terminarão sem encontrar um financiador, se o atual cenário for mantido A projeção aponta que um dos setores para o qual bancos vão reduzir de forma drástica os créditos são para a área de construção e infra-estrutura. Grande parte dos projetos de energia renovável dependerá de amplos recursos para a construção de novas infra-estruturas. Outro impacto negativo para o setor será a relutância de empresas tradicionais de investir nesse momento em reduzir emissões de CO² em suas produções. Os principais lobbies industriais europeus estão pressionando seus governos para que abandonem a meta de ter 20% da energia do continente europeu movida por fontes alternativas. Isso porque exigiria investimentos que, hoje, as empresas não teriam condições de fazer sem créditos abundantes por parte dos bancos.