As portas do mercado de tecnologia da informação estão abertas para novos profissionais e no Distrito Federal não é diferente. Programadores e analistas de sistemas são procurados para ocupar as 6.036 vagas que serão abertas no setor brasiliense até o fim de 2009.
;A Política de Desenvolvimento Produtivo do governo federal espera promover a criação de 100 mil postos na área de TI até 2010, em todo o país. Estamos muito longe disso ainda;, diz Ricardo Caldas, vice-presidente da Federação das Indústrias do DF (Fibra). De acordo com ele, as faculdades e universidades locais capacitam cerca de 800 profissionais de nível superior ; de tecnólogo a doutor.
A boa leva começou há quatro anos e é apontada como um bom caminho pelos próximos cinco anos, pelo menos. ;Com o Parque Capital Digital vamos precisar de 15 mil trabalhadores qualificados: 11 mil especialistas, 3,5 mil mestres e pelo menos, 500 doutores. E essas vagas serão preenchidas em quatro, cinco anos;, garante Caldas.
A falta de profissionais é preocupante, e vigora a lei de mercado: se há mais procura e oferta reduzida, os preços vão às alturas. Os salários variam de R$ 1,5 mil a R$ 8 mil. ;Os poucos que atendem o que precisamos são muito mais caros;, revela Ricardo, que também é empresário do ramo.
Profissionalização
Apesar das boas notícias, não é assim tão simples ser ;contemplado; com esses postos. O mercado ficou mais exigente e o perfil tem que atender várias vertentes. ;Precisamos de gestores em ITIL e CobiT (softwares gestão de redes). Até o antigo Cobol (linguagem de programação) está em alta novamente;, conta Caldas.
Entre as propostas para sanar essa carência de profissionais está a de promover cursos nas escolas técnicas do GDF. A partir de um workshop realizado no fim de agosto entre entidades ligadas a TI, instituições de ensino e governos federal e distrital ficou acertado incluir na programação profissionalizante disciplinas que atendam às necessidades do mercado. ;As universidade se comprometeram a atualizar a grade curricular com mais freqüência;, explica Djalma Araújo Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados (Sindpd-DF).
O GDF vai oferecer cursos de programação (Java, Cobol, .Net), de suporte técnico focado em redes, de inglês instrumental e aulas complementares de ética, empreendedorismo e trabalho em equipe. ;As empresas querem mais do que uma pessoa que entenda como atuar com o computador;, diz Ricardo.
Desafios
O Sindpd-DF luta há 22 anos para regulamentar a profissão. ;Há alguns que acreditam que queremos estabelecer reserva de mercado. Não é assim, só queremos trabalhar dignamente, regulamentados;, diz Ferreira.
Ele concorda que é preciso estabelecer uma ação conjunta para preparar os trabalhadores para tecnologia da informação, mas, ao mesmo tempo, é preciso reduzir os custos desse tipo de formação. ;Exige-se muito certificações, no caso da Microsoft, por exemplo, não sai por menos de R$ 5 mil;, conta. ;Nossa área é muito dinâmica e as perspectivas em Brasília são muito boas;, avalia.
O presidente do sindicato sugere uma boa estratégia aos jovens que têm interesse em ingressar nessa área: ;Comece com um bom curso técnico básico, depois tente entrar no mercado de trabalho e vá se especializando. Não pare de estudar nunca;. Ele garante que essa pode ser a chave para o sucesso.