Nem tudo é terra arrasada. Em meio a tantas incertezas, é possível encontrar empresários que, na crise, esperam crescer e ocupar espaços. Cleuza Ferreira, dona da Magrella, está otimista e acredita que o cenário internacional permite enfrentar desafios. Grande vendedora de marcas de luxo importadas, pode ser afetada pela alta do dólar, mas não mais este ano. Isso porque as encomendas de Natal já foram entregues.
No último carregamento, no entanto, já pagou por uma moeda americana valorizada: comprou roupas da Gucci e Cavalli com dólar a R$ 1,90. Mesmo assim, a empresária mantém a esperança. ;Não acho que a crise vai ser tão forte, nunca estivemos tão bem economicamente para enfrentar uma situação como essa;, afirma.
O economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acredita que o momento não ameaça o controle da inflação no Brasil. Na verdade, não se sabe quem ganhará a queda-de-braço. De um lado, a retração na economia faz o consumo cair e contribui para segurar os preços. De outro, a valorização do dólar encarece os produtos importados, o que pode contribuir acelerar a inflação. ;Acredito que o câmbio vai afetar os índices mais para a frente, mas esse reflexo vai levar em conta o preço médio do câmbio no ano", diz Braz. Para o economista, a correção cambial era esperada. ;Da forma como estava, o câmbio não era sustentável.;