As alterações do Banco Central em relação aos depósitos compulsórios dos bancos vão ajudar a evitar problemas de liquidez das empresas em uma hipotética diminuição repentina do crédito no país. A avaliação é do economista Roberto Luis Troster.
"É uma medida na direção certa, que resolve o problema dos bancos pequenos, mas uma medida tímida ainda. O nosso problema não é que o crédito tenha diminuído, é que a gente pode ter uma parada brusca do crédito. Com isso, empresas solventes, por conta dessa parada brusca do crédito, acabam virando insolventes por causa do problema de liquidez."
Ontem (2), o BC alterou o recolhimento compulsório (parcela de recursos que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central), em títulos públicos federais, incidente sobre depósitos a prazo. O depósito compulsório varia de 15% a 40% do valor recebido pelas instituições financeiras pelos seus clientes. A operação é usada pelo governo para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia.
Quando o Banco Central reduz o compulsório, mais recursos excedentes sobram aos bancos comerciais para emprestar aos seus clientes. Com a crise financeira americana, os grandes bancos, que normalmente captam dinheiro no exterior, encontram dificuldades para conseguir recursos. Desta forma, o BC tenta evitar a escassez de dinheiro no mercado interno.
O anúncio da diminuição dos compulsórios manteve a Bolsa de São Paulo em alta até o início da tarde, quando as primeiras notícias sobre a aprovação do pacote de ajuda ao sistema financeiro americano começaram a surgir. Antes da aprovação do pacote de ajuda, a Bolsa de SP chegou a subir, por volta do meio-dia, 3,95%. No entanto, depois do anúncio que o projeto havia sido sancionado, o pregão acabou fechando em queda de 3,5% .