A estatal de energia Eletrobrás foi a grande vencedora do leilão de linhas de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ocorrido esta manhã, no Rio de Janeiro. As subsidiárias Eletronorte, Eletrosul, Furnas e Chesf levaram, ao todo, cinco dos sete lotes disputados no certame. Não houve proposta vencedora para o quarto lote. A espanhola Neoenergia levou o quinto lote do leilão, com deságio recorde.
Juntos, os sete lotes representavam uma extensão de 356 quilômetros em seis Estados do Brasil. Os investimentos necessários para esses empreendimentos são de R$ 500 milhões. Ao todo 16 empresas, sendo elas do Brasil e da Espanha, participaram do leilão.
Eletronorte
A Eletronorte levou o primeiro e o segundo lotes de linhas de transmissão da Aneel.
No primeiro lote, houve um deságio de 30%, oferecendo uma receita anual de R$ 6,029 milhões. Este lote prevê a construção de uma linha de transmissão entre Ribeiro Gonçalves, no Piauí, e Balsas, no Maranhão, e mais duas subestações, uma em cada cidade A previsão é de que o empreendimento entre em operação em 18 meses.
Já no segundo lote do leilão, a Eletronorte ofereceu o valor de R$ 6,284 milhões para a construção de subestação Miranda II, no Maranhão, o que representou um deságio de 20% sobre a receita anual permitida pela Aneel. A previsão de entrega da obra é de 22 meses.
Furnas
A Furnas Centrais Elétricas arrematou o terceiro lote de linhas de transmissão da agência reguladora, com um deságio de 38,7%. A empresa ofereceu uma receita anual de R$ 6,8 milhões para a construção da linha de transmissão ligando Bom Despacho a Ouro Preto, em Minas Gerais. O empreendimento deverá ficar concluído em 21 meses.
Eletrosul
A Eletrosul levou o sexto lote do leilão de linhas de transmissão, referente a construção da subestação de Missões, no Rio Grande do Sul. A empresa ofereceu uma receita anual de R$ 3,234 milhões, o que representa um deságio de 0,59% sobre o valor sugerido pela agência reguladora.
Segundo o diretor de engenharia da Eletrosul, Ronaldo Custódio, serão investidos neste empreendimento cerca de R$ 30 milhões. Ele afirmou que a obra é necessária para o escoamento de energia elétrica da usina hídrica de Passo São João, que tem capacidade de gerar 77 megawatts (MW).
Segundo ele, há "um descompasso" entre a finalização da obra da usina, que fica pronta em 2010 e a conclusão da subestação, prevista para apenas seis meses depois. "Neste período vamos ficar com a usina parada."
Chesf
A Chesf levou o sétimo e último lote no leilão de linhas de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), referente a duas subestações de energia em Suape, Pernambuco. A empresa ofereceu uma receita anual de R$ 8,543 milhões, um deságio de 43% sobre o sugerido pela agência reguladora. A previsão de entrada em operação da unidade é de 24 meses.
A obra possibilitará o atendimento ao aumento da demanda de energia, prevista para a área do Complexo Industrial de Suape, que receberá no curto prazo uma nova refinaria da Petrobras e um estaleiro.
Espanhola
A espanhola Neoenergia arrematou o quinto lote do leilão de linhas de transmissão da Aneel, com o maior deságio da história da reguladora.
A Neoenergia ofereceu uma receita anual de R$ 4,1 milhões, o que representa um deságio de 60% sobre os R$ 10,3 milhões sugeridos pela Aneel. O maior deságio até então havia sido de 59,45% oferecido pela espanhola Isolux, por uma linha de transmissão no Sergipe em 2006.
No lote arrematado pela Neoenergia está prevista a construção de uma subestação na região metropolitana de Salvador, na Bahia. A previsão de entrada de operação da unidade é de 24 meses.
Quarto lote
O quarto lote oferecido pela Aneel no leilão de linhas de transmissão não recebeu propostas, apesar de haver oito empresas inscritas como interessadas no negócio.
O quarto lote previa quatro linhas de transmissão na região metropolitana de Porto Alegre, totalizando 81 quilômetros de extensão. A receita anual prevista pela Aneel para esse lote era de R$ 9 milhões.
Desde 2001, um lote não ficava sem propostas em leilões da Aneel Naquela ocasião, a linha que ligava Ouro Preto (MG) a Vitória acabou sendo autorizada para Furnas Centrais Elétricas, que atua na região.
A assessoria de imprensa da Aneel não soube informar se o lote que ficou sem propostas esse ano será repassado para uma concessionária local ou voltará a ser licitado em outro leilão.