Evento raro no último mês, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve um dia razoavelmente tranqüilo nas operações desta quarta-feira (1°/10), em seu primeiro pregão de outubro. A perspectiva de que o Senado americano consiga votar o pacote de US$ 700 bilhões ainda hoje melhorou, um pouco, o humor dos investidores, ainda cautelosos com a rejeição na Câmara.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu 0,52% no fechamento e atingiu os 49.798 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,03 bilhões.
O dólar comercial foi negociado a R$ 1,925 na venda, em alta de 1,10%. A taxa de risco-país marca 328 pontos, número 7,54% mais alto que a pontuação anterior.
Na Europa, as principais Bolsas de Londres concluíram os negócios em direções divergentes. Em Londres, o índice FTSE subiu 1,16%, enquanto as ações avançaram 0,55% no mercado francês. Em Frankfurt, o índice Dax apontou queda de 0,42%. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em baixa de 0,18%, após operar estável e esboçar reação.
Incertezas
Na segunda-feira (29/09), a rejeição do pacote de US$ 700 bilhões na Câmara dos Representantes (deputados) gerou a derrocada generalizada dos mercados financeiros. Enquanto a Bolsa de Nova York registrou o pior tombo de sua história, a Bolsa brasileira despencou 9,6%, não sem antes cair quase 14%. Desta vez, o Senado tomou a liderança do processo e prevê votar ainda hoje, provavelmente no final do dia, um projeto de lei revisado sobre o plano anticrise, invertendo em caráter excepcional o processo legislativo nos EUA.
"Ficou determinado, em nossa opinião, que a melhor coisa a fazer é seguir adiante", disse o líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, segundo o diário americano "The New York Times" NYT. Depois de um dia de negociações de bastidores, o texto a ser levado ao Senado deve incluir descontos de impostos para empresas e ampliação das garantias do governo a depósitos bancários, dos atuais US$ 100 mil para US$ 250 mil, diz a reportagem.
O plano do secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, redigido após longas negociações entre parlamentares de ambos os partidos e o governo Bush, foi rejeitado devido, principalmente, à oposição da maioria da bancada republicana. Ontem, o presidente dos EUA, George W. Bush, pediu urgência ao Congresso. Hoje foi a vez do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet. Ele afirmou que o Congresso americano deve ´salvar´ o pacote de resgate financeiro que deve restaurar a confiança no sistema financeiro global.