O governo da França vai propor um pacote de ajuda aos bancos europeus, avaliado em 300 bilhões de euros (cerca de US$ 421 bilhões), segundo fontes ouvidas pela agência de notícias France Presse. A medida européia chega em um momento em que governo e Congresso dos EUA se debatem para tentar aprovar um pacote de resgate do setor financeiro de US$ 700 bilhões. A medida deve ser votada nesta quarta-feira (1/10) no Senado.
A proposta deve ser apresentada no sábado (4/10), em uma reunião convocada pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, com os outros países europeus que integram o G7 (grupo dos sete países mais ricos), Alemanha, Reino Unido e Itália.
Da reunião também deverão participar os presidentes do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet; da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso; e do Ecofin (grupo de ministros de Finanças de da zona do euro), Jean-Claude Juncker.
O Ministério das Finanças da Alemanha já se manifestou contra uma iniciativa desse tipo, segundo a France Presse. A agência informou também que a ministra da Economia da França, Christine Lagarde, defendeu em uma entrevista a ser publicada amanhã no diário alemão "Handelsblatt" a criação de um fundo desse tipo, destinado a impedir quebras de bancos.
"Estamos de acordo dentro da União Européia [UE] sobre a necessidade de apoiar o setor financeiro. Surge então a questão: precisamos de um fundo europeu para salvar os bancos? No momento, isso é só uma idéia. Precisamos conversar", disse Lagarde. A Comissão Européia --o órgão executivo da UE - não quis comentar.
Durão Barroso afirmou hoje que é essencial que o bloco europeu enfrente a crise financeira de maneira coordenada. "É uma situação muito delicada que requer um grande esforço por parte de todos", afirmou Barroso. De maneira coordenada, disse, os governos dos países-membros, as instituições européias, e os reguladores e supervisores financeiros devem acelerar os planos de modernização do sistema financeiro.
Trichet, por sua vez, disse que os legisladores americanos devem aprovar o pacote de resgate do setor financeiro. "Tem de funcionar, em benefício dos EUA e em benefício das finanças globais", disse Trichet. "Tenho plena confiança, mas a decisão é do Congresso dos EUA."