O BCE (Banco Central Europeu) injetou nesta quarta-feira (1/10) US$ 50 bilhões a um dia de vencimento e com taxa de juros marginal de 3,25%, em uma operação extraordinária para colocar liquidez. O BCE informou que 61 bancos participaram desta operação de refinanciamento e pediram US$ 70,927 bilhões.
O banco europeu injetou nesta terça-feira (30/09) US$ 30,74 bilhões a juros de 0,5% e, de manhã, outros US$ 30 bilhões a uma alta taxa de juros marginal de 11%, com vencimento de um dia em ambos os casos.
A taxa de juros marginal de 11% é extraordinariamente alta em comparação às negociações precedentes que ficou cerca de 3%, o que disse que os bancos precisavam com urgência o efetivo e estavam dispostos a pagar muito.
Nesta segunda-feira (29/09), o Federal Reserve (Fed, o BC americano) anunciou, em conjunto com o BCE e outros oito bancos centrais a ampliação de seus acordos de trocas recíprocas de divisas ("swap lines") para US$ 620 bilhões, contra um volume de US$ 290 bilhões anunciado inicialmente. As trocas feitas dessa forma permitem injetar liquidez em dólares nos mercados que controlam.
Os demais bancos centrais envolvidos são: o Banco do Canadá; o Banco da Inglaterra (BC britânico); o Banco Nacional da Dinamarca; o Banco da Noruega; o Banco do Japão; o Reserve Bank (da Austrália); o Sveriges Riksbank (da Suécia); e o SNB (Banco Nacional da Suíça).
A quebra do banco americano de investimentos Lehman Brothers e a do Washington Mutual (WaMu), no setor de empréstimos e poupança ("savings & loans") ocorreu em boa parte porque essas instituições não conseguiram encontrar fontes de crédito para financiar suas operações.
O Lehman não encontrou crédito entre as instituições privadas e nem junto ao governo; acabou por pedir concordata. Já o WaMu conseguiu ser adquirido pelo banco JPMorgan Chase na semana passada. A seguradora AIG, uma das maiores instituições financeiras do mundo, obteve junto do Fed um empréstimo de US$ 85 bilhões --também atingida pela onda de desconfiança do setor financeiro sobre a solvência de algumas das empresas mais afetadas pela crise das hipotecas "subprime" (de maior risco).