Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsa é o pior investimento pelo quarto mês

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Aplicações vinculadas ao câmbio e o ouro estiveram entre as mais rentáveis deste mês de setembro. Ambos os ativos são vistos como "refúgios" num momento de turbulências do mercado financeiro, justamente o que caracterizou o mês de setembro. A Bolsa de Valores brasileira foi a pior aplicação do mês. A variação do dólar comercial foi de 16,45% no mês de setembro. No caso do ouro, aplicação bem mais restrita, a valorização foi de 22,5%, tendo como referência a cotação da commodity negociada na BM (Bolsa de Mercadorias & Futuros). Os fundos de investimento do tipo DI e Renda Fixa tiveram rentabilidade média de 0,92% e 0,77%, respectivamente, no mês de setembro, segundo a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Andib). O cálculo da associação leva em conta dados atualizados até o dia 25. A caderneta de poupança, aplicação mais popular do país, apresenta rendimento de 0,69%, ainda acima da inflação do período. Pelo IGP-M, os preços subiram 0,11%, enquanto que pelo IPCA-15, a inflação foi de 0,26%. O primeiro índice embute preços do varejo, do atacado e da construção civil, enquanto o segundo índice reflete o custo de vida para famílias com renda mensal entre um e 40 salários mínimos. E pelo quarto mês, aplicações referenciadas na Bolsa de Valores ficaram entre as piores do período. O índice Ibovespa, referência para a maioria dos fundos de renda variável, desvalorizou 11,02%. Trata-se do quarto mês em que a Bolsa brasileira acumula perdas: em junho, o declínio foi de 10,44%; em julho, de 8,48%, e em agosto, de 10,44%. Rentabilidade anual No acumulado deste ano, o dólar e o ouro também ocupam o topo em um ranking dos investimentos mais rentáveis. Em nove meses, a taxa de câmbio tem valorização de 7,15%, enquanto a cotação da commodity metálica variou 11,36% (pela referência dos preços na BM). Os fundo DI e Renda Fixa proporcionaram rendimento de 8,52% e 9%, em médio, segundo o cálculo da Anbid. A poupança, por sua vez, apresenta rendimento de 5,63% em nove meses. Com exceção da poupança (que é isenta), os rendimentos acima são brutos e não consideram a incidência do imposto de renda sobre as aplicações. De janeiro a setembro, a inflação medida foi de 4,96%, pelo IPCA-15, e de 8,47%, de acordo com o IGP-M. Refletindo um ano bastante problemático para os mercados financeiros, a Bolsa de Valores apresenta rentabilidade negativa no acumulado de nove meses. Trata-se de um declínio de 22,45%. Sem uma forte reversão até dezembro, o ano de 2008 pode entrar para os registros como o primeiro período anual de perdas da Bolsa após um qüinqüênio de valorização.