A possibilidade de uma recessão mundial não tirou o otimismo dos lojistas do Distrito Federal. De acordo com pesquisa realizada pela Federação do Comércio (Fecomércio), os empresários apostam em um crescimento médio de 14,17% nas vendas do Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro. Como era de se esperar, as lojas de brinquedos são as mais animadas: esperam expansão de 30,56% das vendas em relação ao mesmo período do ano passado.
Na rede Ri Happy, 200 produtos foram colocados em promoção e 300 lançamentos levados para os pontos de vendas. A expectativa, afirma o diretor comercial do grupo, Ricardo Sayon, é de alta de 8% em relação ao Dia das Crianças de 2007 e, em comparação com os meses de vendas normais, o ganho deve ser 2,5 vezes superior. ;Essa data representa 15% da nossa venda anual, por isso estamos com a loja hiperabastecida;, revelou.
Na Cia Toy do Pátio Brasil, os produtos da Barbie, Hot Wheels, Max Steel, e The Backyardigans, principais personagens do mundo infantil, devem ser os mais vendidos. Para atrair o consumidor, muitos brinquedos estão em promoção. A partir de R$ 10 é possível comprar um presente para agradar a criançada. ;É uma data muito boa e devemos vender 5% a mais do que no ano passado;, estimou a gerente Gabriela Castro.
Segundo a pesquisa da Fecomércio, as lojas de celular apostam em elevação de 24,6% das vendas e as de departamento, de 7,86%. Os estoques foram reforçados em 20,59%, em média. Para chamar atenção dos clientes, 81,6% dos lojistas optaram por promoções específicas e 32,3% oferecem brindes.
Independentemente de quanto esperam crescer neste período, os lojistas concordam que as vendas só devem acontecer mesmo mais perto de 12 de outubro. Como em todas as comemorações, os consumidores deixam para comprar o presente próximo da data. Isso não impede as crianças de escolherem os presentes com antecedência.
Giovana Medeiros Fagundes, 6 anos, aproveitou a visita ao dentista para arrastar a mãe a uma loja de brinquedos. Lá, escolheu seu presente: a boneca Recém-nascida que custa R$120. Para a mãe da menina, Vilma Medeiros, 31, o preço está bem acima do planejado. ;Ela quer esse presente porque a faz lembrar do primo dela que tem apenas cinco meses;, disse. A garota sabe que o brinquedo escolhido está acima das alternativas oferecidas pela mãe, mas mesmo assim argumenta: ;Eu mereço;. Consciente, Giovana confessou que, se tivesse uma filha, não gastaria R$ 120 em um presente de Dia das Crianças, o desembolso seria de, no máximo, R$ 15. Pela pesquisa da Fecomércio, o valor médio dos presentes deve ficar em R$ 76,71.
Para o senador Aldemir Santana, presidente da Fecomércio, o agravamento da crise financeira ontem pode prejudicar o desempenho do varejo neste ano, mas dificilmente deve atrapalhar as vendas do Dia das Crianças. ;Este número de 14,17% pode mudar, mas no comércio os problemas demoram mais para chegar;, avaliou. No Natal, no entanto, principal data do setor, o desempenho não deve ser tão bom quanto o do ano passado. ;Vai haver uma redução do consumo pela dificuldade de crédito;, afirmou Santana.