Jornal Correio Braziliense

Economia

Emergentes não podem ser vítimas do 'cassino' americano, afirma Lula

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na tarde deste segunda-feira (29/09) que a solução para a crise financeira dos Estados Unidos vai depender da "sabedoria do governo americano". A Câmara americana rejeitou hoje o pacote de US$ 700 bilhões de ajuda ao setor financeiro, proposto pelo governo no último dia 20. "Os países emergentes, que fizeram tudo certo, não podem agora serem vítimas do cassino que eles (banqueiros americanos) fizeram nos Estados Unidos", argumentou Lula. Segundo Lula, o Brasil não vai jogar fora as oportunidades que foram construídas. "Está na hora do Congresso dos Estados Unidos assumir a responsabilidade que lhe cabe. Eles (americanos) que criaram o rombo e então eles é quem tem de cobrir o buraco". O presidente afirmou que se reuniu hoje com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e está tranqüilo com o andamento da economia brasileira, apesar do cenário de crise externa. "Sabemos da gravidade da crise mas estamos seguros que as exportações e importações continuam indo bem, nossa indústria continua indo bem. Estamos conscientes do que está acontecendo, mas estamos tranqüilos". Questionado pelos jornalistas sobre os efeitos da rejeição do pacote, Lula afirmou que isso aconteceu "porque agora, com a crise, tem gente querendo tirar proveito (politicamente)", disse Lula. Bolsa O presidente Lula afirmou que não está preocupado com a forte queda da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), verificada nesta segunda-feira devido a rejeição do pacote do governo americano. "A Bolsa historicamente sobre e desce. Esse não é o problema. E não é a Bolsa só do Brasil (que está caindo). São as Bolsas do mundo inteiro", argumentou. Lula assinou hoje, na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio, o decreto que estabelece o cronograma para adoção do acordo ortográfico da Língua Portuguesa.