A arrecadação recorde de imposto garantiu mais uma vez um superávit primário expressivo para o governo central, que inclui Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência. A economia feita para pagar os juros da dívida foi de R$ 6,275 bilhões em agosto e chegou a R$ 74,8 bilhões no acumulado de 2008. No ano, houve um crescimento de 45,4%.
A meta do governo central para 2008 é de R$ 63,4 bilhões (2,2% do PIB) mais R$ 14,2 bilhões (0,5% do PIB) para o Fundo Soberano, um total de R$ 77,6 bilhões (2,7% do PIB).
O superávit primário é a diferença entre as receitas líquidas do governo e as despesas. Até agosto, as receitas líquidas subiram 16,9%, para R$ 381,1 bilhões, impulsionadas pela arrecadação de impostos, que cresce em um ritmo equivalente ao dobro do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país). As despesas do governo subiram 11,5% no mesmo período, para R$ 306,8 bilhões.
Desaceleração
O superávit primário acumulado até agosto pelo governo central equivale a 3,99% do PIB estimado para o período. Houve uma desaceleração, nessa comparação, em relação ao resultado de janeiro a julho, que representava 4,19% do PIB. Em 12 meses, o resultado acumulado é de R$ 81,2 bilhões, o equivalente a 2,93% do PIB. *Resultado de agosto* Somente no mês de agosto, o superávit primário foi de R$ 6,275 bilhões, abaixo dos R$ 7,2 bilhões registrados no mês anterior. O resultado do mês se deve, principalmente, ao Tesouro Nacional, que teve um superávit de R$ 10,4 bilhões. O BC e a Previdência, por outro lado, tiveram déficit de R$ 39,4 milhões e R$ 4,1 bilhões, respectivamente. As receitas líquidas caíram de R$ 53,6 bilhões para R$ 46,4 bilhões na comparação entre julho e agosto. Já as despesas do governo recuaram de R$ 46,5 bilhões para R$ 40,1 bilhões.
Amanhã, será divulgado o superávit primário do setor público, que também inclui as contas dos Estados, municípios e estatais. A meta, nesse caso, é de 4,3% do PIB, sendo 0,5% destinado ao Fundo Soberano do Brasil.
Investimentos
O crescimento de 16,9% nas receitas do governo central neste ano supera o aumento registrado no ano passado, que foi de 12,4% no mesmo período. As despesas cresceram menos: de 11,5% (2007) para 13,3% (2008).
Os números do Tesouro mostram que as despesas com pessoal também cresceram menos neste ano. O aumento de gastos com pessoal foi de 9,3% no acumulado do ano, ante 13,5% no mesmo período do ano passado. Em relação ao custeio, o governo desacelerou os gastos de 13,5% para 11%.
Os investimentos do governo cresceram 42% no período, para R$ 15,9 bilhões. Em relação ao Programa Piloto de Investimentos (PPI), os gastos avançaram 77% na comparação anual e chegaram a R$ 4,22 bilhões nos oito primeiros meses de 2008.
O PPI permite que os investimentos feitos em obras de infra-estrutura consideradas prioritárias sejam abatidos do superávit primário. O limite para esse é abatimento é de R$ 13,8 bilhões, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2008.