As notícias de problemas em bancos na Europa azedaram o humor dos investidores neste começo de semana e fizeram os principais mercados acionários da região despencar. As perdas, da ordem de 5%, também foram pressionadas pela demora da aprovação, no Congresso dos EUA, do pacote de US$ 700 bilhões para salvar bancos e empresas da maior crise financeira das últimas décadas.
A Bolsa de Londres (FTSE 100) caiu 5,30%, indo para 4.818,77 pontos; a Bolsa de Paris (CAC 40) recuou 5,04%, indo para 3.953,48 pontos; a Bolsa de Frankfurt (DAX) teve perda de 4,23%, indo para 5.807,08 pontos, enquanto a Bolsa de Madri fechou em baixa de 3,88%.
A notícia mais pesada do dia foi a decisão do governo britânico de nacionalizar o Bradford & Bingley,, instituição em sérias dificuldades. O nono maior banco de hipotecas do Reino Unido venderá seus ativos bons ao grupo espanhol Santander e deixará os de maior risco nas mãos do Estado, após o fracasso das negociações no fim de semana passado para encontrar um comprador.
Segundo o ministro das Finanças, Alistair Darling, não havia outra solução, porque deixar o Bradford & Bingley quebrar desestabilizaria o sistema inteiro.
O banco de empréstimos hipotecários britânico se tornou assim o segundo a ser nacionalizado neste ano, após a estatização do Northern Rock em fevereiro.
Mas o Bradford & Bingley não parece ser a última vítima da profunda tempestade financeira global no Reino Unido.
O Tesouro britânico indicou que o Santander, primeiro banco da Espanha, assumirá o controle do setor de investimentos do B por 612 milhões de libras (US$ 1,1 bilhão), através do Abbey National, uma instituição bancária britânica de sua propriedade.
O anúncio da estatização do B ocorreu ao mesmo tempo em que os EUA anunciavam um gigantesco resgate financeiro e que as autoridades de Bélgica, Holanda e Luxemburgo anunciavam a nacionalização parcial do grupo Fortis.