Jornal Correio Braziliense

Economia

Brasileiro soferá maior restrição ao crédito

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O enxugamento do crédito decorrente da crise financeira internacional vai levar a uma seleção mais rigorosa dos projetos de infra-estrutura a serem tocados, avaliou o presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy. "O mercado de crédito vai ficar mais restritivo", comentou. Preocupado com essa constatação, Godoy esteve na semana passada com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Ouviu de ambos que os projetos de infra-estrutura não serão interrompidos por falta de crédito. Mantega disse a Godoy que o governo procurará garantir recursos para quatro áreas: agricultura, exportação, PAC e BNDES. Um teste será a próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), na terça-feira (30). Nela, será fixada a nova Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), usada nas linhas de crédito do BNDES. Hoje, ela está em 6,25% ao ano. Há no governo quem defenda a elevação, de forma a aproximá-la da taxa de juros básica da economia, a Selic, hoje em 13,75%. "Somos absolutamente contra essa idéia", afirmou Godoy. Por enquanto, a perspectiva de menos crédito não desanimou os candidatos aos leilões de concessão de rodovia que o governo pretende realizar em dezembro e março. O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt), Bernardo Figueiredo, disse que nenhuma empresa levantou temores quanto à falta de financiamento. De fato, o presidente da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacir Servilha, não vislumbra problemas para obter recursos para as empresas concorrerem à concessão das rodovias federais. "O BNDES vai financiar", disse. A crise, explicou ele, é problema para as concessionárias participarem dos leilões de rodovia em São Paulo porque o modelo é de outorga - vence a empresa que pagar o maior lance pela concessão. Já o programa federal é diferente: o vencedor é o que cobra a menor tarifa e os investimentos necessários podem ser financiados pelo BNDES.