A presidente da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados), Nancy Pelosi, disse nesta sexta-feira (26/09) que um plano de resgate para as instituições financeiras americanas "precisa acontecer", mas que isso depende dos republicanos, que rejeitaram a proposta apresentada pelo Departamento do Tesouro, de uma ajuda de US$ 700 bilhões.
"[O acordo sobre o pacote] vai acontecer porque tem que acontecer", disse Pelosi, em uma entrevista ao programa da rede americana de TV ABC "Good Morning America". "Espero que possamos chegar a um acordo nas próximas 24 horas", disse.
Ontem, na reunião na Casa Branca --estiveram presentes o presidente americano, George W. Bush, congressistas republicanos e democratas, os candidatos à Presidência dos EUA John McCain (republicano) e Barack Obama (democrata) e o secretário do Tesouro, Henry Paulson-- os republicanos tentaram conduzir as negociações para um plano alternativo que, ao invés de exigir tanto dinheiro, permitisse aos bancos fazer seguros para os títulos "podres" --ligados a ativos de risco, como hipotecas "subprime", por exemplo-- em seus balanços.
Após o encontro, segundo o diário americano "The New York Times" ("NYT"), Paulson pediu a Pelosi que "não pusesse a perder" o pacote retirando o apoio dos democratas; ela disse que o que houve foi uma traição dos republicanos. "Não fui eu que pus a perder, foram os republicanos." O presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Casa, o democrata Barney Frank, também disse que um acordo depende dos republicanos "deixarem de lado a revolta" contra a proposta do governo.
Ele disse que os democratas ficaram surpresos com o grau de desentendimento entre os republicanos durante a reunião ontem na casa Branca.
"[O senador McCain] aparece para a reunião e, de repente, perdemos todo o apoio dos republicanos com quem trabalhamos nos últimos cinco dias", disse ao "The Wall Street Journal" ("WSJ") a deputada democrata Ellen Tauscher. "Esse tem de ser um acordo bipartidário. Infelizmente os republicanos saíram de campo." Hoje, o presidente Bush voltou à TV para dizer que o governo vai conseguir aprovar o pacote. "Precisamos rapidamente de um plano de resgate dos bancos em dificuldades", disse.
Segundo ele, há desacordos sobre determinados aspectos do pacote, mas que não há discordância sobre a necessidade de se fazer algo para evitar maiores danos à economia. Bush, no entanto, foi categórico: "Vamos conseguir aprovar o pacote", afirmou, ressaltando que republicanos e democratas "vão se unir para chegar a um plano substancial".