Três bancos centrais europeus anunciaram nesta sexta-feira (26/09) novas intervenções coordenadas nos mercados financeiros. Com o apoio do Federal Reserve (Fed, o BC americano), o Banco da Inglaterra (BC britânico), o BCE (Banco Central Europeu) e o Banco Nacional da Suíça ofereceram US$ 74 bilhões em empréstimos de uma semana.
Os custos de empréstimos interbancários na moeda americana subiram ao maior patamar desde 1999. Na quinta-feira (25/09), a quebra do banco Washington Mutual, o segundo maior banco americano de depósitos e poupança, colaborou para minar a confiança das instituições financeiras.
O analista de economia da BBC Andrew Walker disse que os problemas estão sendo agravados pela incapacidade do Congresso americano de chegar a um acordo sobre o plano de socorro ao setor.
Pela intervenção coordenada dos bancos centrais europeus e americano, o Banco da Inglaterra disse que transformou US$ 30 bilhões dos US$ 40 bilhões que oferecia no overnight em empréstimos de uma semana, mais difíceis de obter que no curtíssimo prazo.
Já o BCE anunciou que injetou no mercado US$ 35 bilhões para uma semana, e a autoridade monetária suíça, US$ 9 bilhões. Os bancos centrais disseram que as medidas visam reduzir "pressões por financiamento de fim de trimestre". Leilões de empréstimos no "overnight" (empréstimos com prazo mínimo de um dia) foram reduzidos.
Bancos privados estão apelando a seus bancos centrais por empréstimos porque o custo destas operações entre si já é o maior em mais de dez anos. Nos três leilões realizados na Europa, a procura por dólares foi maior que a oferta.
Em separado, o Banco do Japão injetou 1,5 trilhões de ienes (cerca de US$ 14 bilhões) no mercado, embora tenha em seguida anunciado a retirada de 20% deste valor.
O fechamento do banco Washington Mutual na quinta-feira --a maior falência de um banco na história dos EUA-- elevou a desconfiança no setor. Depois, os ativos do banco foram vendidos por US$ 1,9 bilhão ao concorrente JP Morgan Chase.
A aquisição não teria impacto sobre os depositários e clientes do banco, disse o escritório de supervisão econômica dos EUA. De acordo com o órgão, o banco tem US$ 188 bilhões em depósitos e foi descrito como uma instituição de US$ 307 bilhões.