Pelo menos 150 protestos foram convocados nos Estados Unidos em rejeição ao plano de resgate dos bancos, contra o qual a população também se mobilizou enviando milhares de e-mails aos congressistas.
Em Nova York, um grupo prevê cobrir hoje de lixo uma escultura de bronze de um touro perto de Wall Street, a qual se transformou em uma representação visual do dinamismo dos mercados quando a economia estava crescendo.
A ação simboliza a irritação de muitos cidadãos comuns pelo desastre causado pelo setor financeiro do país e reflete a falta de vontade que têm de colocar sobre a mesa US$ 700 bilhões de dinheiro público para resgatar bancos, como propõe o plano do governo.
As manifestações realizadas até agora, a maioria convocada por grupos de esquerda, não foram muito grandes.
No entanto, é possível que a participação aumente se for confirmado o acordo anunciado hoje pelo democrata Christopher Dodd, presidente do Comitê de Bancos do Senado, sobre os princípios do plano de resgate financeiro que o governo negocia com o Congresso. Enquanto isso, a população não esconde o descontentamento.
"Meus telefones tocam sem parar e são quase cem (ligações) a uma sobre isso", disse hoje o senador republicano Jim DeMint, da Carolina do Sul, em entrevista ao canal de televisão "Fox News".
"As pessoas que pagaram suas contas e trabalharam duramente acreditam que não deveriam ser punidas pelo que outros fizeram", acrescentou.
Da mesma forma, o congressista do Colorado Doug Lamborn disse que 96% dos 500 e-mails que recebeu de seu distrito foram para se queixar do pacote de resgate.
Os legisladores democratas perceberam a mesma resposta. A senadora Barbara Boxer, da Califórnia, recebeu quase 17 mil e-mails, praticamente todos contra o pacote, segundo disse seu escritório ao jornal The New York Times.
Já o congressista Jim Mcdermott, do Estado de Washington, teve a mesma experiência. "As pessoas dizem: Proteja-nos, e não Wall Street", disse Lambert.
Ele destacou que uma das cláusulas que têm que aparecer no projeto de lei é um limite aos salários dos diretores de empresas que se beneficiem da ajuda. "No Japão, eles teriam se suicidado", ressaltou Mcdermott.