O depósito compulsório é um dos instrumentos que o Banco Central usa para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia. O mecanismo influencia o crédito disponível e as taxas de juros cobradas.
Por meio do depósito compulsório, o Banco Central obriga os bancos a depositar em uma conta no próprio BC parte dos recursos captados dos seus clientes nos depósitos à vista, a prazo ou poupança.
Quando reduz o compulsório, o BC dá aos bancos mais dinheiro para emprestar aos seus clientes. Isso pode ajudar a reduzir os juros bancários ou, em momentos de mais escassez de dinheiro, como agora, impedir que sequem as fontes de crédito para o consumidor e para empresas.
Assim, as medidas anunciadas hoje foram tomadas para reduzir os efeitos da crise internacional sobre a economia brasileira. Hoje, as empresas brasileiras estão com dificuldade para conseguir recursos fora do país para investimentos, o que aumenta a dependência delas em relação aos bancos brasileiros.
Com mais dinheiro no caixa, os bancos poderão, em tese, garantir que não sequem as fontes de recursos.
Leasing
Hoje, o BC anunciou que irá adiar o aumento da alíquota do compulsório sobre leasing. Esse compulsório, que começou a ser cobrado neste ano, era uma das medidas do governo para reduzir a quantidade de crédito na economia e, conseqüentemente, segurar o consumo e a inflação.
A alíquota, que é hoje de 15%, iria subir para 20% em novembro e 25% em janeiro. Cada aumento iria tirar cerca de R$ 1,6 bilhão da economia. Com o adiamento em dois meses de cada elevação, o sistema financeiro ganhará mais dinheiro nesse período.
Outros depósitos
A outra medida do BC anunciada hoje diz respeito à exigência adicional sobre depósitos. Hoje, os bancos são obrigados a depositar no BC 45% do dinheiro captado nos depósitos à vista, 15% dos depósitos a prazo e 20% da poupança.
Há também uma exigência adicional pela qual o banco deve recolher 8% dos recursos à vista e a prazo e 10% da poupança. Pelas regras, quando a soma do valor a ser recolhido pelos bancos nessas três alíquotas fica abaixo dos R$ 100 milhões, no entanto, o banco não recolhe nada. E se ficar acima, o banco ainda pode recolher apenas o que ultrapassar os R$ 100 milhões.
Agora, o BC aumentou o limite de dedução para R$ 300 milhões. Ou seja, só será recolhido aquilo que ultrapassar os R$ 300 milhões. Com isso, segundo o BC, serão injetados mais R$ 5,2 bilhões no sistema financeiro, já que menos dinheiro ficará "preso".