O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, disse nesta quarta-feira (24/09) que os países-membros não deve fechar suas fronteiras como método para frear a crise econômica mundial, alertando contra uma eventual onda de protecionismo.
"Espero que as nações que formam a OMC não sigam o exemplo dos Estados Unidos nos anos 30, que levantaram barreiras comerciais e elevaram as tarifas de 20 mil produtos", disse Lamy, ao inaugurar o Fórum Público da OMC 2008, em Genebra.
"É uma crise, precisamos que os consumidores empobrecidos tenham mais poder de compra, e a tentação de fechar as fronteiras vai contra isso", acrescentou.
Em relação às negociações da Rodada Doha, Lamy disse que é preciso manter a esperança, "porque não há alternativa à OMC". Argumentou que um acordo ajudaria a resolver parte de alguns desafios mais importantes no mundo, como a mudança climática e a crise dos alimentos.
Nesta terça-feira (23/09), o presidente dos EUA, George W. Bush, disse que a Rodada Doha "foi decepcionante, mas ainda não tem sua palavra final". "Ainda temos esperança de conseguir um acordo sobre Doha. Nós precisamos manter nosso compromisso de abrir nossa economia e acabar com o isolamento", disse o presidente, em discurso na 63ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
A Rodada Doha de liberalização do comércio mundial entrou em um novo período de paralisação em julho, devido ao impasse entre EUA, China e Índia sobre uma cláusula de salvaguardas para os países em desenvolvimento.