Desconfiança e cautela são as palavras de ordem para os negócios no mercado financeiro nesta semana, enquanto investidores e analistas esperam a aprovação do bilionário pacote do governo dos EUA para deter a crise. Nesse cenário, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) cai, logo nos primeiros negócios desta terça-feira (23/09), enquanto o câmbio volta a apontar preço acima de R$ 1,80.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, recua 1,04% e desce para os 51.004 pontos. Nesta segunda-feira (22/09), a Bolsa fechou em baixa de 2,86%. O dólar comercial é cotado a R$ 1,813 na venda, o que significa um aumento de 1,17% sobre a taxa de ontem.
As Bolsas asiáticas reagiram hoje ao mal-estar dos investidores com o plano de US$ 700 bilhões da Casa Branca e fecharam em terreno negativo. O índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, cedeu 3,87%, enquanto a Bolsa de Xangai recuou 1,56%. Na Europa, as principais Bolsas de Valores registram quedas, a exemplo de Londres (declínio de 2,18%) e Frankfurt (baixa de 0,37%).
O mercado permanece em suspense, ainda desconfiado de que, talvez, o pacote de ajuda financeiro não seja suficiente para deter os piores desdobramentos da crise dos créditos "subprime". Há dúvidas sobre o montante dos recursos disponíveis face à dimensão dos créditos problemáticos, sem esquecer dos custos para as contas públicas dessa iniciativa.
Hoje, Henry Paulson, secretário do Tesouro dos EUA, e Ben Bernanke, titular do banco central americano, fazem um apelo ao Congresso local para que os legisladores aprovem com rapidez as medidas. "A ação do Congresso é necessária com urgência para estabilizar a situação e evitar o que, de outro modo, pode ter sérias conseqüências para nossos mercados financeiros e para nossa economia", afirma Bernanke, em discurso cujo conteúdo já foi adiantado para as agências internacionais.