As principais bolsas européias operam em queda nesta terça-feira (23/09), com os mercados sendo pressionados pelo petróleo em torno dos US$ 107 o barril e também pelas dúvidas acerca dos planos do governo dos Estados Unidos para conter a crise financeira e da saúde da economia da Europa. Às 8h58 (de Brasília), a Bolsa de Londres recuava 2,64%; a de Paris cedia 1,95%; e a de Frankfurt perdia 0,82%.
"Os detalhes mais importantes (do programa de US$ 700 bilhões do governo dos EUA contra a crise) continuam incertos, bem como sua provável agenda de implementação", disse o economista Lewis Alexander, do Citigroup. "A confiança do mercado aumentou um pouco, mas continua frágil e instável. Qualquer atraso na implementação ou decepção quanto ao alcance ou direção do programa pode ser muito custosa", acrescentou.
Entre as ações, os destaque ficavam por conta dos setores bancário e de consumo discricionário. No setor bancário, as ações do banco alemão Deutsche Bank perdiam 5%, depois de ter emitido 40 milhões de novas ações com o objetivo de levantar 2,2 bilhões de euros para ajudar a financiar a aquisição de cerca de 30% do alemão Deutsche Postbank, que por sua vez recuava 0,67%. O suíço Credit Suisse cedia 4%, depois de seu executivo-chefe, Brady Dougan, descartar a possibilidade de fazer uma oferta pelo rival UBS, reiterando que prefere focar-se em aquisições menores e em crescimento interno. O suíço UBS perdia 1%. Em Londres, os bancos também caíam forte. Barclays perdia 3%, RBS cedia 8%, HBOS recuava 10% e Lloyds, mais de 5%.
A disparada dos preços do petróleo ontem, resultante da queda do dólar e exacerbada por um movimento de cobertura de posições diante do vencimento do contrato de outubro, prejudicava ações de empresas ligadas a consumo discricionário e construção. As fabricantes de automóveis recuavam. BMW cedia 3,2% e Renault perdia cerca de 3%. As companhias aéreas também eram atingidas: British Airways caía 5,7% e Ryanair tinha queda de 4,4%. Do setor de construção, Lafarge recuava 3% em Paris. Ontem, o contrato futuro do petróleo tipo WTI com vencimento em outubro fechou em alta histórica de 15,66% a US$ 120,92 o barril.
As siderúrgicas, no entanto, avançavam, depois que a austríaca VoestAlpine ( 4,1%) afirmou que não prevê uma grande queda da demanda por aço na Europa e que os preços deverão continuar firmes. ArcelorMittal subia 2,8% e a francesa Eramet ganhava 6,4%. Já as mineradoras recuavam, em meio à queda dos preços dos metais. Eurasian Natural Resources tinha baixa de 13,1%, Kazakhmys caía 5,1% e Vedanta Resources recuava 4,9%.