O boom imobiliário vivido pelo país não tem gerado empregos somente para engenheiros, arquitetos, pedreiros e mestres-de-obras. Corretor de imóveis é mais uma das funções que tem crescido com o aquecimento da construção civil. Desde 2005, a quantidade de profissionais aumentou em pouco mais de 30% no Brasil. Seriam aproximadamente 200 mil em todo o país, segundo estimativa do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci).
Mesmo com tantas contratações nos últimos anos, as empresas ainda estão em busca de mais pessoas. A motivação para a abertura de tantas vagas vem da expansão contínua do crédito imobiliário e dos lançamentos residenciais.
O Distrito Federal, que tem em Águas Claras o maior canteiro de obras da América do Sul, segue essa mesma tendência. Com 6,7 mil corretores em atividade, nos últimos dois anos mais de 2 mil pessoas entraram para a profissão ; incremento de 30%, equivalente a média nacional. ;Nós estamos em busca de mais gente. Quem quiser ser corretor pode nos procurar;, afirma o diretor da Lopes Royal no DF, Marco Antônio Demartini. Considerando todas as sociedades que lidera, a Lopes atua em 14 estados e emprega 7 mil corretores.
Antes de 1978, qualquer pessoa podia exercer a profissão, bastava apenas que um cliente confiasse a venda ou compra de um imóvel a alguém. Com a criação da lei, os corretores foram reunidos em conselhos regionais e passaram a poder trabalhar somente se estiverem credenciados e com diploma de Técnico em Transações Imobiliárias ou do curso tecnólogo de Gestão Imobiliária. ;Esses cursos têm uma preocupação de preparar o profissional. É preciso pensar em relações internacionais, globalização, estar capacitado para atender estrangeiros. Não é mais botar uma pastinha embaixo do braço e sair vendendo. Tem de ser especializado;, explica o secretário-executivo do Cofeci, André Luiz Bravim.
Dicas
Ainda segundo o secretário, um corretor em início de carreira pode ganhar até R$ 4 mil por mês, mas como não há salário fixo, há profissionais que tiram mais de R$ 30 mil com comissões. Na contramão dos ganhos elevados vem o risco de vender pouco ou nada e acabar o mês sem ganhos. ;É preciso ser esperto e ativo. Não é estande que vende mais. É sair atrás das pessoas que conhece que garante as vendas;, afirma a corretora Eleonora Bucci, coordenadora de uma equipe que só cuida de imóveis no Plano Piloto. ;Há oportunidades de ganhar. O mercado está aquecido. Nós lançamos um prédio e metade dele está vendida em 12 horas;, afirma.
Eleonora exerce a profissão há 19 anos e é considerada uma espécie de supercorretora por ter conquistado lucros elevados durante a carreira. Ela resume as dicas para quem quer seguir no ramo em alguns pontos: gastar sola de sapato, ter uma agenda de clientes, ser sempre honesto com o consumidor, estudar o empreendimento antes de começar as vendas, fidelizar os clientes e sempre informar acerca de novos lançamentos, falar e escrever bem, vestir-se bem e ter um carro bom, nunca desligar o celular, estar sempre à disposição e ter capacidade de conversar com o cliente sobre qualquer assunto. ;Ainda temos pelo menos mais 15 anos de grandes negócios. A hora de começar é agora. Hoje está excelente, mas vai ficar melhor. Sem dúvida pode ser um bom primeiro emprego;, diz a corretora.