Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas asiáticas têm dia de otimismo e fecham em forte alta

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As Bolsas da Ásia responderam com otimismo à proposta de seis bancos centrais de injetar mais de US$ 200 bilhões e ao anúncio do projeto do governo e do Congresso americanos para reverter a crise financeira que atinge os Estados Unidos. Os mercados asiáticos fecharam no azul, com fortes ganhos durante o dia, após amargarem perdas durante quase toda a semana. O Nikkei, indicador que mede os negócios na Bolsa de Tóquio (Japão), fechou com aceleração de 3,76%, aos 11.920,86 pontos. Os maiores ganhos do dia foram das Bolsas de Xangai (China), que teve ganhos de 9,6%, e Hong Kong, a qual subiu 9,61%. Entre os outros mercados - Malásia, Filipinas, Indonésia, Paquistão, Índia, Tailândia, Coréia do Sul e Austrália -, apenas o Paquistão fechou negativo (0,02%), sendo que os demais indicadores variaram de 3% a quase 6%. "A configuração dessa realidade pode nos levar para uma solução fundamental dos problemas. Com isso, podemos evitar uma queda acentuada dos mercados", disse Yoshikiyo Shimamine, do Dai-ichi Life Research Institute. Mesmo com otimismo, o economista ainda recomenda cautela. "Mas os maus momentos ainda existirão enquanto o cenário piorar. Esta situação seria muito diferente se o governo [dos EUA] trouxesse medidas de real impacto na economia.". Pacote anticrise Está prevista para este fim de semana a divulgação do pacote de medidas contra a crise financeira anunciado no final da noite desta quinta-feira (18/09) pelo Departamento do Tesouro, Fed (Federal Reserve, o Banco central americano) e Congresso americano. O objetivo principal do acordo é dar solução aos ativos podres do mercado hipotecário. Sem dar detalhes, secretário do Tesouro, Henry Paulson, disse que o pacote será o mais "integral" dos aprovados até o momento para resolver a restrição de crédito nos mercados internacionais. Ontem, o próprio secretário do Tesouro reconheceu que por trás desta grave crise se encontra a "falta de liquidez" dos ativos que as instituições financeiras têm, e que não encontram saída nos mercados. As medidas pretendem evitar a quebra de mais empresas financeiras - como ocorreu com o banco Lehman Brothers nesta semana e como quase ocorreu com a seguradora AIG e com o banco Merrill Lynch. Entre as medidas podia figurar a criação de uma agência federal que se ocupasse dos ativos danificados dos bancos. Nesta quinta-feira, Wall Street fechou em fortíssima alta de mais de 400 pontos, a maior dos últimos seis anos, ao ser revelado que entre as medidas podia figurar a criação da agência para cuidar de ativos podres dos bancos. Esta agência seria similar à qual foi criada no final dos anos 80 durante a crise das caixas econômicas, denominada Resolution Trust Corporation, que assumiu os ativos danificados das entidades quebradas. Outro precedente de intervenção do governo aconteceu durante a crise da Grande Depressão, na década de 30, quando a corporação Home Owners Loan emitiu bônus para financiar as instituições financeiras.